Crítica: divertido e coeso, The Flash é caminho para DC rever erros

Novo filme do universo DC abre mão de carga dramática que tem acompanhado últimas produções do estúdio

Tramas que abordam viagem no tempo e suas consequências drásticas estão sendo repetidas à exaustão nos últimos grandes lançamentos do cinema blockbuster. “The Flash”, portanto, chega sem grandes novidades no quesito enredo. O encadeamento dos fatos na nova aposta do universo DC já é conhecido: o protagonista volta ao passado para salvar a própria família, mas acaba abrindo caminho para um supervilão e colocando o mundo em risco.

A diferença do longa-metragem do diretor argentino Andy Muschietti (da franquia “It: A Coisa”) está no equilíbrio do jogo entre o drama e a comédia. Barry Allen é vivido pelo problemático (para dizer o mínimo) Ezra Miller e, na costura temporal desenvolvida em “The Flash”, o herói é apresentado em diferentes fases da vida. Os encontros do herói com ele próprio em idades diversas estabelecem uma narrativa objetiva quando o assunto é drama humano. O filme não é megalomaníaco e evita atirar para todos os lados: o dilema do personagem é o tempo e pronto.

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O ponto de partida é o julgamento de Henry Allen (interpretado por Ron Livingston), pai do protagonista. O homem é acusado de matar a própria esposa, Nora – defendida com precisão pela atriz espanhola Maribel Verdú. Para tentar salvar o pai, Barry quer provar o álibi de que Henry estava num supermercado na hora do crime que destruiu a família Allen. Sem conseguir resolver a situação do pai no presente, ele tenta voltar no tempo para evitar que a mãe morra.

Portas abertas ao multiverso

Ao retornar, porém, o personagem abre as portas para o multiverso e se encontra com ele próprio aos 18 anos. A introdução do Barry jovem e irresponsável garante a comicidade da trama. Ele não quer levar nada a sério e não quer se importar com o macrodrama do universo em perigo. Diferentemente das extensas pausas cômicas de alguns filmes de herói ("Thor" e "Guardiões da Galáxia", sobretudo), aqui as viradas com humor são mais rápidas, o que evita constrangimentos já vistos na telona.

O bate-bola entre os dois Flashs vai se ampliando conforme novos personagens são agregados. Nesse passado, o Batman é vivido por um impaciente Michael Keaton e não há o Super-Homem clássico – e, sim, uma Super-Girl interpretada por Sasha Calle. O vilão da vez é General Zod (Michael Shannon), que não é desenvolvido e cumpre o papel plano de ser a ameaça global.

Essa licença poética que o conceito de multiverso permite dá margem para o Universo DC se reposicionar. O estúdio agora pode variar, sem medo, os intérpretes do seus heróis, pois a justificativa está posta. Seria a chance, inclusive, de trocar Ezra Miller, que, com sua coleção de crimes, tem tirado o brilho de um personagem tão carismático como é o Flash.

O longa-metragem em cartaz conquista pela falta de seriedade desnecessária com um roteiro que é coeso e atuações sem grandes afetações. Tudo é grandioso, como os filmes de herói costumam ser, mas não há uma busca por pesar demais diálogos que, como era de se esperar, estão longe de oferecerem novidades. "The Flash" aplica bem várias fórmulas, diverte e abre caminho para novos horizontes.  

The Flash

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The Flash crítica cinema DC Ezra Miller

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