TransTcholagi: conheça o evento que ocorre em Fortaleza nesta semana

No mês do Orgulho LGBTQIAP+, TransTcholagi foi organizado com o objetivo de trazer protagonismo trans-masculino e não binário em Fortaleza

22:16 | Jun. 07, 2023

Por: Iully Fernandes
Mudança no registro pode ser realizada em qualquer cartório no Brasil (foto: Reprodução/ Pexels)

Ocorre nesta quinta e sexta-feira, 8 e 9 de junho, a primeira edição TransTcholagi, um evento organizado entre pessoas trans-masculinas e não-binárias com o objetivo de trazer à cidade de Fortaleza um maior protagonismo não-cisgênero.

A festividade artística e cultural vai celebrar as vivências e as produções de pessoas transgênero na Casa OCAN, espaço onde acontecerão as exibições, as oficinas e as performances.

A coletividade trans envolvida na produção, ao buscar alternativas e procurar a saída de armadilhas e impasses das formulações binárias, realizou uma curadoria que selecionou mais de 50 produções e trabalhos de trans-masculinos e não-binários.

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Entre elus, há artistas visuais, plásticos, tatuadores, DJs, cineastas e roteiristas. A programação do evento, que terá dois dias de encontros, contará com exposições artísticas diversas, performances, comidas, oficinas, sarau com exibições, flashattoo day e brechó de roupas.

TransTcholagi: como surgiu o evento

Diante da inquietação pela falta de festividades em Fortaleza que celebram a vivência de não-bináries e trans-masculines, TransTcholagi foi pensado a partir do protagonismo de uma não conformidade de gênero e acontece no Mês do Orgulho LGBTQIAP+. 

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O nome escolhido brinca com a gíria regional “tchola”, que, ao dar um Google, aparece como significado “uma pessoa totalmente gay” ou, ainda, “indivíduo maluco, louco, doido ou de ausência de normalidade que o obriga a cometer ou falar coisas absurdas”. 

Para Abeju Rizzo, encabeçado pela produção do evento, "o nome é um deboche para o termo 'tchola', que aqui no Ceará falamos para pessoas viadas, baitolas. E, nós transviados, nos apropriamos e damos a volta por cima desse xingamento, de forma debochada e empoderada entre nós mesmos, os 'transtcholas'. A ideia do tchola veio de uma conversa entre Marin e Dj Bugzinha". 

A transgressão da não-conformidade de gênero acarretou o TransTcholagi como estratégia para a saída de uma formulação de mundo cisgênero.

De forma totalmente independente, o evento busca, em coletividade, proporcionar recursos e financiamentos para os trabalhos que serão apresentados. Sendo a primeira edição, a participação não foi renumerada e busca maior visibilidade para edições futuras.

Abeju, Marin, Viúva Negra, Izzi e Nico são os nomes responsáveis pela produção independente do evento e pela curadoria das produções que farão parte da programação. O evento conta com apoio da Casa OCAN.

Confira abaixo mais informações sobre a programação:

Serviço: TransTcholagi

  • Dia 08/06
  • Horário de funcionamento: a partir das 14h
  • Programação: oficinas, exposições, performances, venda de comidas e bebidas, sarau com exibições de filmes com protagonismo trans, microfone aberto ao público.
  • Entrada gratuita.

*Participação das oficinas mediante inscrição por ordem de chegada / 15 vagas.

  • Dia 09/06
  • Horário de funcionamento: a partir das 19h
  • Programação: baile trans - DJset com Dj Viúva Negra, Dj Satanika e DJ Neji, performance REC com Abeju e Miky Vitorino, barraca do beijo, venda de comidas e bebidas
  • Entrada: R$ 10,00 (venda pela DM do Instagram: @transtcholagi)
  • Endereço: R. Nossa Senhora dos Remédios, 36 - Benfica