Otto e Iracema Bode Beat homenageiam o Manguebeat em Fortaleza

Contando com Otto e o percussionista Gilmar Bolla 8, o show do bloco Iracema Bode Beat faz homenagem aos 30 anos do manguebeat

O bloco Iracema Bode Beat, comandado pelos cearenses Nayra Costa e Daniel Groove, se apresenta nesta sexta-feira, 2, na reabertura da Estação das Artes. O show é uma homenagem aos 30 anos do manguebeat, movimento musical que nasceu nos anos 1990, em Pernambuco. A apresentação conta com duas presenças especiais: o cantor e compositor Otto e o percussionista Gilmar Bolla 8, ex-Nação Zumbi.

Uma figuras centrais do manguebeat, Otto, em entrevista ao Vida & Arte, fala sobre seu último álbum, "Canicule Sauvage", que tem fortes referências e críticas às mudanças climáticas no mundo. Ele conta também sobre a experiência como autor com a obra "Meu Livro Vermelho", lançada em 2021, e sobre o projeto que está imerso no momento. Confira:

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O POVO - Em que se inspira o álbum “Canicule Sauvage" e como foi o processo de produção dele?
Otto - O ser humano me inspira, a forma de encarar as verdades estão mais duras e coletivas. Falo do tempo nosso, falo do futuro que é agora. Conceituei e utilizei a tecnologia disponível na minha mão. O iPhone e o IPad com a plataforma de música garage band. Depois juntei Apollo Nove, meu parceiro, amigo genial, que finalizou.

O POVO - O cenário atual, qual a importância de trazer temas como a crise climática para dentro da música?
Otto - O fator climático está em tudo no "Canicule Sauvage". São as ondas de calor e as consequências deste descaso humano, devastação, desrespeito com o ecossistema. Estamos num ponto que, ou paramos e reduzimos os danos à natureza, ou exterminaremos nossa própria raça. Então fica o alerta, e também é a chapa quente do mundo, essa loucura de guerras de pobreza, de miséria. Precisamos ter consciência coletiva ou é o fim.

O POVO - Em 2021 você lançou o "Meu Livro Vermelho", que traz reflexões pessoais, poemas e outros textos. Como foi a experiência de passear pela literatura?
Otto - "Meu livro vermelho" é também uma forma minha de expressão, escrever é meu mundo, é minha paixão. A literatura está implícita no pacote artístico que criei. Mais uma forma de inspiração e de consciência. Sou inquieto, sou corajoso e vou me jogando na arte. Mergulhando em águas profundas e densas. Sou esse cara que não para quando se trata de arte de inspiração.

O POVO - Quais as expectativas para trabalhos futuros? Já existe algo novo no horizonte?
Otto - Lancei sábado e domingo, na Virada Cultural, meu novo projeto. O show "As Quatro Estações" sou eu cantando Reginaldo Rossi. Prendendo rodar o País. Estou imerso na obra do rei e estou amando e aprendendo muito. Estou em pleno lançamento, espero poder mostrar aí em Fortaleza rápido.

O POVO - De que forma o manguebeat está incorporado na sua música e como você enxerga o cenário do movimento na atualidade?
Otto - O manguebeat foi um sonho que minha geração trouxe para as novas gerações criarem outros sonhos. O manguebeat é pernambucano, nordestino e brasileiro e foi pro mundo. Eu amo e me orgulho muito de ser um dos que começaram. Hoje eu vejo, em música e atitudes de grandeza em informação, nos novos músicos, nos estilos diferentes. A gente tinha um lema que era "ser diferente e não se repetir. Diversidade criação e liberdade para fazer o seu". Ou seja , faça sua música, seja você mesmo. Pois, como falou Chico Science: "um passo pra frente e você não estará no mesmo lugar".

Otto na reabertura da Estação das Artes

  • Quando: sexta-feira, 2, às 20 horas
  • Onde: Estação das Artes (R. Dr. João Moreira, 540 - Centro)
  • Gratuito

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