Fefe relembra início de trabalhos na internet: "Sofri bullying"

Em entrevista exclusiva ao Vida&Arte, a influenciadora Fefe relembra primeiros passos e revela como cuidou de sua saúde mental

Tendo como principal inspiração seu pai, Fernanda Schneider, 21, mais conhecida como Fefe, tornou- se uma das maiores criadoras de conteúdo do País. Familiarizada com o TikTok, onde conta com 16,3 milhões de seguidores e 604 milhões de curtidas, a carioca começou sua carreira de modelo aos nove anos, fazendo suas primeiras campanhas publicitárias. Mas, foi no YouTube que Fefe deu os primeiros passos para conquistar sua atual visibilidade nas redes sociais.

Em entrevista exclusiva ao Vida&Arte, a influenciadora revelou ser fã de seu pai, que é desembargador e escritor, desde cedo. “Ele me levava quando ia lançar alguns livros e eu sempre queria estar em todas as fotos. Quando ele estava autografando, eu perguntava se eu podia autografar também, aleatoriamente. E aí meu pai me dava dez centavos a cada livro que eu autografava. Eu sabia que queria isso pra mim”, conta.

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Aos dez anos, Fefe publicou seu primeiro livro, “Crônicas da Vida”, pela editora de seu pai. Em 2015, começou sua jornada com os vídeos no YouTube, em seu canal autoral, “Deixa Falar”, que, atualmente, tem mais de 2,7 milhões de inscritos. No Instagram, seu público já passa de 6,8 milhões. Além da internet, a artista também esteve conectada com o mundo teatral.

“Comecei a fazer teatro com oito anos e aí iniciei as peças pequenas em Niterói. Com 14 anos, eu fiz o curso de Artes Cênicas da CAL (Casa das Artes de Laranjeiras), e depois outros cursos mais profissionalizantes. Meu foco sempre foi a comunicação. Minha mãe sempre foi muito parceira, ela me levava e ficava horas esperando, e toda vez que eu não pegava um papel, ela falava pra gente ir pra outro. Até o canal do YouTube eu criei com esse intuito. Vai que alguém me descobria por lá”, relembra Fefe.

A artista fez seu primeiro longa-metragem aos 16 anos e é protagonista do filme “Avassaladoras 2”, com previsão de lançamento para este ano. Também gravou o filme e a série “Mamonas Assassinas”, que vai narrar a trajetória meteórica da banda, vítima de um acidente aéreo fatal em 1995. Fefe interpreta Adriana, namorada do vocalista do grupo, Dinho. Ainda não há data para o lançamento. 

Em paralelo à carreira de atriz e de influenciadora digital, a jovem tem atuado em campanhas publicitárias; tendo assinado uma linha de sapatos e bolsas da Arezzo em 2021, e lançado sua própria linha de skincare, no ano passado.

Confira trechos da entrevista completa com a artista e saiba mais sobre os bastidores de quem trabalha com as redes sociais:

O POVO: O que a fez dar os primeiros passos na plataforma do YouTube? Quais eram seus objetivos naquela época?

Fefe: Foi numa época que estava todo mundo crescendo no YouTube, como o Christian Figueiredo, a Kefera… e pensei: é isso que eu quero. Comecei a fazer vídeos de material escolar e aqueles que representavam os tipos de pessoas na escola. Com a pandemia, minha mãe falou pra eu criar o TikTok, e eu disse a ela que não ia dançar de jeito nenhum. E aí ela me convenceu de fazer outra coisa. Quando eu morava nos Estados Unidos, meu algoritmo todo era de lá, eu só recebia vídeos de americanos, casos criminais, teorias de conspiração, e eram sempre homens. Então, trouxe isso pro Brasil com a novidade de ser uma mulher falando. Foi numa época que minha vibe era colorida, usava penteados diferentes, o fundo do meu quarto era de nuvem, super fofo, mas o que eu falava era sobre crimes. Essa dualidade o público gostou e cá estou eu.

O POVO: Atualmente, você é uma das influenciadoras mais seguidas no Brasil. Quais as dificuldades dentro dessa realidade?

Fefe: É aquele negócio que o tio Ben falava no Homem Aranha: ‘Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades’. Meu pai sempre me alertou sobre pessoas, haters, o que eu ia ouvir sobre mim, mas acabei tendo essa experiência muito nova na escola. Sofri bullying, de verdade, com meu primeiro canal no YouTube, aos 13 anos, que eu postava vídeos cantando. Tive de ir pra terapia, e tomar remédios. Me culpava e me machucava por conta dessas coisas. Em 2015, eu criei o ‘Deixa Falar’, que foi uma batalha pelos meus sonhos. Que mesmo várias coisas indo contra, eu falei ‘dane-se’, eu vou fazer o que é meu sonho. As questões de lidar com as pessoas sempre vão ter, independente da área que você trabalhe. Sempre vai ter pessoas falando bem ou mal, então acho que eu fui aprendendo a me blindar, filtrar, não ler, é isso.

O POVO: Muitos dizem que você deve escolher um nicho para trabalhar na internet. Você não segue essa linha e produz diversos conteúdos que diferem entre si. O que pensa sobre?

Fefe: Eu não gosto de me sentir ‘nichada’ em uma coisa só. Acho que veio do meu pai também, ele tem mais de seis profissões. A gente tem que abrir nosso leque. Ao mesmo tempo que eu amo skincare, tenho uma linha e sei falar sobre isso. Ok. Mas também gosto de falar sobre serial killers e teorias da conspiração. Óbvio que nunca vou chegar e falar sobre futebol, porque é uma coisa que eu não entendo. Tem como você pertencer a mais de um nicho, mas todos têm que ser bem feitos pra entregar um bom conteúdo para todos.

O POVO: Muito se debate sobre o trabalho de influenciadores digitais ser de fato um trabalho ou não. Como você lida com este assunto e no que acredita?

Fefe: Quando eu comecei o meu TikTok, eu postava um vídeo a cada hora. Começava às 10h da manhã e só terminava às 22h; isso fez com que minha conta tivesse uma constância absurda. Hoje em dia, eu não faço mais isso, até porque não tenho saúde para tal. Eu acho que por ser uma profissão nova, as pessoas têm resistência. Parece simples, mas ao mesmo tempo, você tá colocando sua cara ali pra todo mundo dar tapas, socos e chutes. Você coloca seu corpo ali, sua alma, pra vender coisas, entregar conteúdos. A televisão faz isso há séculos, artistas e atores, e as pessoas não criticam com tanta força assim. Acho que por termos uma plataforma que as pessoas podem chegar e falar anonimamente, facilita a existência dessas vozes negativas. A internet tem seus prós e contras nesse sentido, de fazer com que as pessoas se sintam mais livres para criticar o trabalho alheio. Eu entendo que digam que tem influenciador que não faz nada, porque de fato tem gente que faz um vídeo e estoura, e já conquista o sucesso. Mas é diferente das pessoas que querem isso, que trabalham com isso e têm constância, uma rotina com cronograma e propósito.


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