Rita Lee escreveu 'profecia' sobre repercussão da sua morte

Cantora Rita Lee, que morreu aos 75 anos, escreveu duas autobiografias, uma delas ainda inédita; autobiografia de 2016 traz "profecia" sobre sua morte
Autor Vida&Arte
Foto do autor
Vida&Arte Autor
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

Ícone do rock nacional, a cantora Rita Lee deixou texto sobre a repercussão da própria morte em biografia publicada em 2016. A artista morreu na noite desta segunda-feira, 8, aos 75 anos de idade, e deixa importante legado para a música.

“Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída.", escreveu Rita.

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

Intitulado "Rita Lee: uma autobiografia", a artista também descreveu como seria a repercussão entre seus fãs. "Os fãs, esses sinceros, empunharão capas dos meus discos e entoarão ‘Ovelha negra’, as tvs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória para exibir no telejornal do dia e uma notinha no obituário de algumas revistas há de sair”.

A cantora complementou: “Nas redes virtuais, algumas dirão: 'Ué, pensei que a véia já tivesse morrido, kkk'". Com forte posicionamento político, na biografia de 2016, Rita também comentou da recepção de sua morte entre as personalidades do meio: "Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum neles e me levantaria do caixão para vaiá-los."

"Enquanto isso, estarei eu de alma presente no céu tocando minha autoharp e cantando para Deus: 'Thank you Lord, finally sedated'. Epitáfio: 'Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa'”., complementou.

Rita Lee: relembre a carreira da cantora

Nascida em 31 de dezembro de 1947, Rita Lee começou a trajetória artística ainda nos anos 1960. A primeira experiência da artista foi com o grupo musical feminino Teenage Singers, em 1963. O grupo, formado com amigas, se juntou ao trio masculino Wooden Faces. A junção dos grupos foi a gênese da banda Os Mutantes, formada por Rita, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, que marcou o início do renome da artista. 

O grupo marcou a música brasileira com canções como "A Minha Menina" e "Ando Meio Desligado", essa última composta por Rita e os parceiros. Já nos anos 1970, ao lado da banda Tutti Frutti, a artista lançou algumas das principais canções da carreira, como "Agora só Falta Você""Fruto Proibido".

O período ficou marcado pelo início da relação amorosa entre Rita e Roberto de Carvalho, além de problemas enfrentados por ela em meio à ditadura militar. A artista chegou a ser presa por porte de maconha na época, o que afetou a carreira musical.

Ainda nos anos 1970, retorna à música em turnê com Gilberto Gil, intitulada "Refestança", e lança com a Tutti Frutti o álbum "Babilônia". Da vertente do rock e da experimentação, Rita foi se aproximando de uma linguagem mais pop, inaugurada pelo álbum "Rita Lee" (1979), também conhecido como "Mania de Você".

Rita Lee: Fase pop

O início da exploração de uma nova sonoridade veio a partir do início de outra parceria, a musical com o marido Roberto de Carvalho. O disco de 1979 que marca essa "estreia" traz sucessos reconhecidos até hoje, como "Mania de Você", "Chega Mais" e "Doce Vampiro".

Os anos 1980 seguiram marcados por músicas populares na carreira da artista, incluindo hits como "Lança Perfume", "Baila Comigo", "Mutante", "Desculpe o Auê" "Flagra"e "Flerte Fatal". Já nos anos 1990, a artista teve série de canções em novelas da TV Globo. "Vítima" foi tema de abertura de "A Próxima Vítima" (1995), enquanto "Dona Doida" foi usada em "Zazá" (1997).

Ainda no final dos anos 1990, foi lançado o "Acústico MTV - Rita Lee" (1998), que traz participações de Milton Nascimento, Titãs, Paula Toller e Cássia Eller. Já no começo dos anos 2000, o álbum "3001" (2000) ficou marcado pelos singles "Erva Venenosa" e "Pagu". Outro sucesso da época foi "Amor e Sexo", do disco "Balacobaco" (2003).

O último disco de Rita Lee foi "Reza", lançado em 2012, reconhecido pela música-título. Na época, a cantora anunciou que se aposentaria dos palcos, "mas da música nunca", por questões físicas. Já a última canção da artista foi "Change", lançada em 2021. 

Rita Lee: Outras linguagens

Além da música, Rita Lee também se destacou ao longo da carreira por obras de outras linguagens, além de participações na TV. A partir de 2002, por exemplo, a artista passou a ser parte do elenco de debatedoras do programa "Saia Justa", da GNT, com a escritora Fernanda Young, a atriz Marisa Orth e a jornalista Mônica Waldvogel. Vídeos da época circulam ainda hoje nas redes sociais.

Além disso, o próprio Twitter da artista seguiu sendo referenciado na internet, muito a partir do humor e dos comentários sinceros que Rita fazia na conta pessoal.

Em 2016, a artista lançou "Rita Lee: uma autobiografia", obra que se tornou um sucesso de público. Na publicação, ela compartilha série de memórias da vida e carreira. Há dois meses, em março de 2023, foi anunciado o lançamento de "Rita Lee: outra autobiografia". Com lançamento previsto para 22 de maio, a obra narra detalhes do tratamento dela contra o câncer de pulmão.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Rita Lee morte cantora música profecia vida e arte biografia rita lee

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar