Margareth Menezes fala sobre morte de Rita Lee: ‘Um legado enorme’

A ministra da Cultura recebeu a notícia da morte de Rita Lee enquanto participava de uma audiência em Brasília; Margareth Menezes relembrou a importância da artista para o Brasil

A ministra da Cultura Margareth Menezes comentou sobre a morte de Rita Lee, que faleceu na noite desta segunda-feira, 8, aos 75 anos de idade. Margareth participava de uma audiência pública na Comissão de Educação do Senado, em Brasília, quando recebeu a notícia da morte da “Rainha do Rock”.

“Nossa… Foi impactante para mim e para o Brasil. Há toda a simbologia dela enquanto mulher, como libertária… em vários aspectos. [Rita] deixa um legado enorme.”, comentou a ministra. Também artista, Margareth afirmou que Rita a influenciou musicalmente: “Eu, da minha geração, posso dizer que fui influenciada diretamente por ela. Rita Lee trouxe para nós uma irreverência ímpar.”.

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A artista relembrou da morte do ex-deputado David Miranda, que também faleceu na manhã desta terça-feira, 9, por conta de uma infecção generalizada no sistema gastrointestinal. “Hoje já tínhamos recebido a notícia do David, então eu já vim para cá com um sentimento mexido… Não é uma notícia que a gente gostaria de receber.”.

Margareth Menezes também aproveitou para prestar condolências à família de Rita Lee. A ministra encerrou relembrando a importância de Rita para a arte e cultura do Brasil: “Fica o legado para sempre de Rita Lee, um legado para a música brasileira da nossa Rainha do Rock. São muitas as contribuições que ela deixou, esse é o legado, o tamanho do ser dela que deixa sempre o bom humor como uma marca de ser e de viver.”.

Com informações de João Paulo Biage, correspondente O POVO em Brasília

Rita Lee: relembre a carreira da cantora

Nascida em 31 de dezembro de 1947, Rita Lee começou a trajetória artística ainda nos anos 1960. A primeira experiência da artista foi com o grupo musical feminino Teenage Singers, em 1963. O grupo, formado com amigas, se juntou ao trio masculino Wooden Faces. A junção dos grupos foi a gênese da banda Os Mutantes, formada por Rita, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, que marcou o início do renome da artista. 

O grupo marcou a música brasileira com canções como "A Minha Menina" e "Ando Meio Desligado", essa última composta por Rita e os parceiros. Já nos anos 1970, ao lado da banda Tutti Frutti, a artista lançou algumas das principais canções da carreira, como "Agora só Falta Você""Fruto Proibido".

O período ficou marcado pelo início da relação amorosa entre Rita e Roberto de Carvalho, além de problemas enfrentados por ela em meio à ditadura militar. A artista chegou a ser presa por porte de maconha na época, o que afetou a carreira musical.

Ainda nos anos 1970, retorna à música em turnê com Gilberto Gil, intitulada "Refestança", e lança com a Tutti Frutti o álbum "Babilônia". Da vertente do rock e da experimentação, Rita foi se aproximando de uma linguagem mais pop, inaugurada pelo álbum "Rita Lee" (1979), também conhecido como "Mania de Você".

Rita Lee: Fase pop

O início da exploração de uma nova sonoridade veio a partir do início de outra parceria, a musical com o marido Roberto de Carvalho. O disco de 1979 que marca essa "estreia" traz sucessos reconhecidos até hoje, como "Mania de Você", "Chega Mais" e "Doce Vampiro".

Os anos 1980 seguiram marcados por músicas populares na carreira da artista, incluindo hits como "Lança Perfume", "Baila Comigo", "Mutante", "Desculpe o Auê" "Flagra"e "Flerte Fatal". Já nos anos 1990, a artista teve série de canções em novelas da TV Globo. "Vítima" foi tema de abertura de "A Próxima Vítima" (1995), enquanto "Dona Doida" foi usada em "Zazá" (1997).

Ainda no final dos anos 1990, foi lançado o "Acústico MTV - Rita Lee" (1998), que traz participações de Milton Nascimento, Titãs, Paula Toller e Cássia Eller. Já no começo dos anos 2000, o álbum "3001" (2000) ficou marcado pelos singles "Erva Venenosa" e "Pagu". Outro sucesso da época foi "Amor e Sexo", do disco "Balacobaco" (2003).

O último disco de Rita Lee foi "Reza", lançado em 2012, reconhecido pela música-título. Na época, a cantora anunciou que se aposentaria dos palcos, "mas da música nunca", por questões físicas. Já a última canção da artista foi "Change", lançada em 2021. 

Rita Lee: Outras linguagens

Além da música, Rita Lee também se destacou ao longo da carreira por obras de outras linguagens, além de participações na TV. A partir de 2002, por exemplo, a artista passou a ser parte do elenco de debatedoras do programa "Saia Justa", da GNT, com a escritora Fernanda Young, a atriz Marisa Orth e a jornalista Mônica Waldvogel. Vídeos da época circulam ainda hoje nas redes sociais.

Além disso, o próprio Twitter da artista seguiu sendo referenciado na internet, muito a partir do humor e dos comentários sinceros que Rita fazia na conta pessoal.

Em 2016, a artista lançou "Rita Lee: uma autobiografia", obra que se tornou um sucesso de público. Na publicação, ela compartilha série de memórias da vida e carreira. Há dois meses, em março de 2023, foi anunciado o lançamento de "Rita Lee: outra autobiografia". Com lançamento previsto para 22 de maio, a obra narra detalhes do tratamento dela contra o câncer de pulmão.

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