Roteiristas de Hollywood fazem greve após fracasso em negociações

A realização da greve foi aprovada em abril com ampla maioria de votantes e já estava prevista para acontecer depois de 1º de maio

Roteiristas de cinema e televisão de Hollywood, símbolo da indústria cinematográfica dos Estados Unidos, anunciaram greve a partir desta terça-feira, 2. A decisão do Sindicato dos Roteiristas da América (Writers Guild of America, em inglês) ocorreu após as negociações com estúdios e plataformas de streaming por melhores condições salariais e de trabalho terem fracassado.

De acordo com o sindicato, a deliberação foi concretizada depois de seis semanas de negociações com a Netflix, a Amazon, a Apple, a Disney, a Warner Bros. Discovery, NBCUniversal, Paramount Plus e Sony. Mais de 11 mil trabalhadores participam dessa cadeia e a paralisação pode afetar diretamente a gravação de programas televisivos dos Estados Unidos.

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“Embora nosso Comitê de Negociação tenha iniciado esse processo com a intenção de fazer um acordo justo, as respostas dos estúdios foram totalmente insuficientes, dada a crise que os escritores estão enfrentando”, anunciou a WGA em publicação no Twitter na madrugada desta terça-feira, 2.

A realização da greve foi aprovada em abril com ampla maioria de votantes e já estava prevista para acontecer depois de 1º de maio, quando terminaria o atual contrato com os maiores estúdios de Hollywood, se as negociações falhassem. O voto pela greve buscava intensificar a pressão sobre as empresas e convencê-las a aumentar o salário dos roteiristas, além de participação maior nos lucros dos streamings.

Os profissionais alegam que seus salários foram prejudicados com a consolidação dos streamings. Com isso, temporadas de TV ficaram mais curtas e os pagamentos menores. Com a greve, programas noturnos de entrevistas podem ser interrompidos imediatamente. A configuração também pode atrasar bastante a estreia de filmes e séries previstos para serem lançados no fim deste ano e nos meses seguintes.

Representante dos estúdios, das plataformas de streaming e das produtoras de Hollywood, a Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP) alegou que ofereceu uma "proposta de pacote integral", com pagamentos maiores, mas que não está disposta a melhorar a proposta por conta da “magnitude” de outras propostas que estão em discussão.

Essa não é a primeira greve a atingir Hollywood. Em 2007, roteiristas paralisaram seus trabalhos em uma greve que durou 100 dias. O impacto da medida na economia da Califórnia foi estimado em US$ 2,1 bilhões. Na época, redes de TV transmitiram reprises e fizeram mais reality shows para cobrir o “apagão” na agenda.

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