Switch Stance: banda cearense relembra 20 anos de trajetória
Switch Stance, banda de hardcore cearense de sucesso nos anos 2000, anuncia retorno aos palcos com material inédito
18:00 | Abr. 01, 2023
Muito antes de bandas como CPM 22, Detonautas e Charlie Brown Jr. fazerem sucesso, um quinteto cearense já almejava ser referência no País com um hardcore melódico autoral. Influenciados por grandes nomes do gêneros como Pennywise, Bad Religion, The Offspring e Blink-182, a Switch Stance foi um dos maiores fenômenos musicais cearenses a tocar por todas as regiões do Brasil no começo dos anos 2000.
Formada na capital cearense entre os anos 1995 e 1996, a Switch Stance marcou uma geração de fãs com músicas que abordavam temas como liberdade, positividades e questionamentos de relacionamento com uma pegada mais motivadora. "Fazíamos um hardcore com mensagens mais positivas", relembra Maurílio Fernandes, vocalista da Switch Stance.
As primeiras três demos, e sua forte ligação com a turma do Skate, a levaram a abrir os shows da banda local O Surto, famosa pela canção "A Cera (Pirou o Cabeção)". Nessa época, por volta do ano 2000, e consequentemente antes do lançamento do primeiro álbum, a Switch Stance cantava em inglês e tinha um repertório baseado em covers e poucas músicas autorais.
"A gente tocava mais cover, e eu me lembro que foi com a chegada do Maurílio que nós começamos a colocar faixas autorais, todas escritas e trazidas por ele, na verdade", explica Matheus Fechine.
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O produtor dos primeiros três álbuns do Switch Stance foi Moisés Veloso, famoso por também produzir a Jumenta Parida, outro grande nome da cena cearense. Além dos três discos, Moisés também produziu "4000 Volts" (2004), um split (projeto coletivo) em que a Switch Stance dividiu espaço com o Sugar Kane (Curitiba), Fonzie (Portugal) e Side Out (EUA).
Switch Stance: Trajetória
Em 2001, a Switch Stance passou por uma mudança total na formação, com a entrada dos membros Matheus Fechine (baixo e back vocal), Felipe Rato Branco (bateria) e Alan Mirdal (guitarra e back vocal), que foi a formação que gravou o primeiro álbum "Switch Stance" naquele ano.
"No começo houve muitas adaptações, tanto na formação, quanto nas composições. Ainda não tínhamos a essência sólida do hardcore Melódico, mas estávamos nos encontrando. A chegada do Wellington e Airton logo após as gravações do primeiro disco nos ajudaram a consolidar a identidade da Switch Stance", explica Maurílio.
Wellington Alves e Airton Noia entraram após a saída de Alan Mirdal (guitarra) e ambos assumiram o instrumento. Essa foi a formação que gravou o "Aquela Estrada" (2003).
Este foi o disco que deu à banda uma relevância nacional. "Nos conectávamos com as bandas locais e participávamos da cena como um todo", relembra Airton.
Após o lançamento do terceiro disco "Combustão" (2003), das turnês pelo sul, sudeste e shows em grandes festivais conceituados do Brasil, a Switch Stance conseguiu uma proposta de ir morar em São Paulo, mas optaram por continuar em Fortaleza.
Com o tempo, a banda caminhou naturalmente para uma pausa, onde os membros seguiram com as suas atividades paralelas, porém mantendo sempre a amizade e ligação dos tempos de banda e até se reunindo em algumas ocasiões para shows especiais.
Switch Stance: O reencontro
Nos últimos meses, os membros Matheus Fechine, Filipe Rato Branco, Airton Noia e Tarcizinho voltaram a manifestar interesse em retornar com a banda de forma efetiva, além de shows ocasionais, mas com lançamentos de materiais inéditos, clipes e turnê passando por todo o Brasil como nos velhos tempos.
"Estamos numa harmonia incrível e as composições estão fluindo. Esses anos todos nos trouxeram maturidade musical e pessoal também. Acho que no fundo sempre quisemos voltar e agora estamos fazendo sem grandes pretensões, tudo de forma bem natural e com mais maturidade", comenta Filipe Rato Branco.
Um dos shows de retorno ocorreu recentemente no Complexo do Armazém tocando com os paranaenses do Sugar Kane, banda que participou do split "4000 Volts" em 2004.
Switch Stance: Desafios do retorno
Um dos primeiros grandes desafios deste retorno foi a adaptação ao contexto musical de 2023. Como todos os registros eram apenas em CDs, a Switch Stance precisou disponibilizar todo o seu conteúdo no mundo do streaming.
"Eu subi tudo no Spotify com a ajuda dos nossos parceiros da Onerpm.O diretor de lá, que também é diretor da Unimar Music/Universal Music, está nos dando esse suporte fortalecendo nossa presença nas plataformas digitais e os materiais estão vindo de forma remasterizada", conta Maurílio Fernandes.
Em comemoração a este retorno, a Switch Stance lançou o single "Fantoche", que ganhou um videoclipe. No dia 7 de abril vai lançar a faixa "Retratos", também em videoclipe, e no dia 12 de maio a faixa "Meu Jogo", que será single e também virá com videoclipe.
Além do material lançado, a banda segue produzindo músicas, gravará um DVD em outubro e irá lançar um documentário em comemoração aos 20 anos do álbum "Aquela Estrada" (2003).
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