Alfonso Herrera, ex-RBD, fala de trauma no Brasil e exploração
A banda mexicana RBD fará shows no Brasil em 2023, mas Alfonso Herrera não participará das apresentações
11:45 | Mar. 28, 2023
Em 2023, a banda mexicana RBD volta aos palcos com a turnê “Soy Rebelde Tour”. Entretanto, o grupo não contará com Alfonso Herrera, um dos formadores da banda. O ator relatou problemas com a Televisa - emissora da novela mexicana “Rebelde” - e até trauma após tragédia durante evento para fãs no Brasil em 2006 como algumas das justificativas para não retornar ao grupo.
Herrera busca também continuar investindo na carreira como ator. "Estou muito feliz com os projetos com os quais tenho energia no momento. Sei que esse projeto (os novos shows do RBD) será um sucesso estrondoso e só desejo felicidades para eles”, disse em entrevista ao jornal espanhol El País.
Segundo Alfonso, que interpretou o personagem Miguel em “Rebelde”, uma revista chegou a dizer que ele havia exigido uma “grande quantia” de dinheiro para retornar ao RBD. Entretanto, de acordo com o ator, “é melhor pagarem-lhes (seus colegas) por toda a porcaria em que se meteram durante tantos anos”. “Não tem nada a ver com dinheiro, tem a ver com o que é justo”, enfatizou.
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A afirmação do ator está relacionada a problemas que teve com a Televisa durante o auge do RBD. “Nós assinamos um contrato em que cedemos direitos de personagem e da imagem dos personagens. De tudo que foi explorado em termos de merchandising, não vimos um único peso”, argumentou.
“Eu tinha 23 ou 24 anos e via a cara dos meus colegas - e a minha - em todos os lugares vendendo biscoitos, chicletes, sucos, cadernos, tênis, lápis… e nada. A emissora de televisão desse projeto não foi justa e não é uma questão de dinheiro, volto a dizer, tem a ver com uma questão de trabalho”, complementou.
Ele citou como exemplo um show feito em Los Angeles em 2006 no qual compareceram 63 mil pessoas. O ator recebeu, porém, apenas 18 mil pesos, quantia equivalente a pouco mais de R$ 3.500 segundo a cotação da época. De acordo com Herrera, ele tinha um bom relacionamento com a Televisa, mas acredita que era preciso ser justo com os artistas diante da projeção que o RBD havia alcançado.
Sobre seu relacionamento com os outros integrantes, ele disse: “Estou feliz que eles estão bem, porque os admiro, os amo e os respeito. Compartilhamos coisas que ninguém mais vai poder saber e nós seis estivemos lá em tempos difíceis e em momentos alegres”.
Um exemplo citado foi o dia no qual três garotas morreram durante uma sessão de autógrafos da banda no Brasil após serem pisoteadas. O local recebeu uma quantidade muito maior que a prevista, o que gerou tumulto e acabou terminando em tragédia.
“Até hoje ainda tenho um pouco de medo quando vou a um lugar onde tem muita gente. Estávamos sozinhos e nos apoiamos porque não tínhamos apoio psicológico para lidar com essa situação. Foi muito difícil. Anos depois voltamos ao Brasil, reencontramos os parentes e eu conheci o pai de uma das meninas que perdeu a vida. Aquele acontecimento me marcou de uma forma muito profunda e, por mais que eu tente dar a volta por cima, ele ainda está lá”, revelou.
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