Livro de Emicida é alvo de racismo religioso em escola de Salvador

Livro "Amoras", de Emicida, foi vandalizado por mãe de aluno em escola de Salvador; advogada acusa de racismo religioso

09:30 | Mar. 08, 2023

Por: Raquel Aquino
Livro de Emicida, Amora, é alvo de racismo religioso (foto: Reprodução/Instagram)

Emicida usou seu perfil no Instagram nesta terça-feira, 7, para falar sobre o seu livro "Amoras", que foi alvo de racismo religioso em uma escola particular de Salvador. As páginas do objeto foram vandalizadas e riscadas com salmos bíblicos e informações sobre orixás foram marcadas como falsas.

Diante das atitudes baseadas em intolerância religiosa, Emicida disse estar triste, "mas não derrotado". O caso em Salvador foi classificado como "racismo religioso" por uma advogada criminalista da Ordem de Advogados do Brasil (OAB) da Bahia, Dandara Amazzi Lucas Pinho.

"A tristeza é por essas pessoas que querem que a sua religião, no caso o cristão, protestante, conhecidos como evangélicos, seja respeitada, e deve ser respeitada, mas não se predispõem nem por um segundo a respeitar outras formas de viver, de existir e de manifestar sua fé", disse Emicida em sua rede social.

O caso aconteceu na escola particular Clubinho das Letras, em Salvador, na segunda-feira, 6, e o livro "Amoras" era uma das obras didáticas para o projeto Ciranda Literária, adotado pela instituição. Para o projeto, cada responsável por uma criança é indicado a comprar livros sugeridos pela escola e, em seguida, são disponibilizados entre os alunos.

Ainda no relato de Emicida, ele relata que não é a primeira vez que o material sofre com atitudes racistas: "No começo, imaturo, eu fiquei com raiva e levei para o pessoal, mas era uma questão muito maior. Então, eu fiquei triste porque é de entristecer viver entre radicais que se propõem a proibir e vandalizar livros infantis. Livros. Sobretudo um livro tão inofensivo como esse, "Amoras". Quer dizer inofensivo para os não racistas".

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