5 anos sem La Femme Bateau: como está a obra de Sérvulo Esmeraldo?

Viúva de Sérvulo Esmeraldo, Dodora Guimarães, lamenta o que classifica como insensibilidade do órgão competente pelo restauro da obra La Femme Bateau

Nesta quinta-feira, 2, a obra “La Femme Bateau”, do artista cearense Sérvulo Esmeraldo, completa cinco anos fora de seu lugar original, após ser atingida por uma forte ressaca marítima. Há três décadas, a escultura estava instalada na Ponte dos Ingleses, na Praia de Iracema, e o resgate, no dia 5 de março de 2018, causou comoção na Cidade. Desde então, a obra não voltou à paisagem, apesar das promessas de restauração e instalação.

“Infelizmente não temos nenhuma novidade. A Secretaria da Cultura do Município de Fortaleza (SecultFor), instância que temos procurado desde 2018, tem se mostrado insensível ao restauro desta obra tão cara à paisagem da Praia de Iracema e tão querida pela população de Fortaleza”, lamenta Dodora Guimarães, presidente do Instituto Sérvulo Esmeraldo e viúva do artista, falecido em 2018. 

Reafirmando o que já foi dito em maio de 2021, a Secultfor enviou a seguinte nota nesta quinta-feira, 2 março: "A Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (Secultfor) informa que a escultura 'La Femme Bateau' deverá ser reinstalada após a conclusão da obra da Ponte dos Ingleses, de responsabilidade do Governo do Estado, na Praia de Iracema".

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Dodora critica o que classifica como “abandono do patrimônio artístico da cidade”. “É impressionante o descaso com as obras de arte públicas em nossa cidade e no Ceará, de modo geral. Temos tentado também junto à iniciativa privada, sem êxito, porém. Perdemos uma chance que nos parecia oportuna”, avalia.

Ela destaca que “La Femme Bateau” se trata de uma encomenda feita a Sérvulo Esmeraldo, mas que não houve inclusão no processo de reforma da Ponte dos Ingleses. “Nutríamos a esperança de que os arquitetos autores do projeto de reconstrução da Ponte dos Ingleses fossem sensíveis ao problema e incluíssem neste o restauro e reinstalação da Femme Bateau. Isto não aconteceu. Lamentável. Era justo”, reivindica.

Femme Bateau e a comoção em Fortaleza

Desde que a notícia que a obra de Sérvulo Esmeraldo havia sido atingida pela ressaca foi divulgada, as pessoas passaram a acompanhar o resgate da obra. A memória da Femme Bateau na Praia de Iracema rendeu o livro homônimo, lançado em 2019 e editado por Dodora Guimarães e pelo professor Gilmar de Carvalho.

Para ela, o amor das pessoas pela obra só cresceu, cinco anos depois. “A Femme Bateau saiu da pele da cidade para a pele das pessoas. Tem muita gente tatuada com o barquinho, que já desfilou no Carnaval da Cidade, que é motivo e argumento de crônica, de documentário, de teatro, de coleção de moda, de camiseta e até de jóias”, cita a viúva.

Dodora destacou ainda que o arquiteto e colunista do O POVO, Romeu Duarte, está desenvolvendo um projeto de tombamento das esculturas públicas e integradas à arquitetura, de Sérvulo Esmeraldo, no Ceará. E que a Femme Bateau, quando for restaurada, poderá ser tombada como bem material e imaterial.

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