Terrorismo em Brasília: confira obras de arte danificadas

Entre as obras de arte danificadas por terroristas em Brasília estava a tela "Mulatas", do pintor modernista brasileiro Di Cavalcanti

O rastro de destruição deixado por terroristas que invadiram as edificações da Praça dos Três Poderes em Brasília no último domingo, 8, não atingiu apenas as estruturas físicas dos prédios. Extremistas também danificaram importantes obras de arte que se encontravam nos locais, além de roubarem presentes dados por chefes de Estado.

Entre as obras de arte vandalizadas estava a tela “Mulatas”, do pintor modernista brasileiro Di Cavalcanti. O painel do artista estava disposto em um dos salões do Palácio do Planalto e foi perfurado em no mínimo seis locais pelos golpistas.

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Outro trabalho danificado pelos terroristas foi o vitral “Araguaia”, da artista plástica franco-brasileira Marianne Peretti. A maquete tátil está localizada no Congresso Nacional. Peretti faleceu em 2022 e foi a única mulher a fazer parte da equipe de artistas da construção de Brasília. Ainda serão especificados, após perícia, os danos sofridos pela obra.

Vitral "Araguaia", de Marianne Peretti, está localizado no Congresso Nacional
Vitral "Araguaia", de Marianne Peretti, está localizado no Congresso Nacional (Foto: Reprodução)

A escultura “Bailarina”, feita em bronze pelo escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret, foi retirada de sua base e ainda não foi encontrada. A peça fazia parte do acervo da Câmara dos Deputados. A suspeita é de que ela tenha sido roubada por bolsonaristas. Brecheret foi um dos responsáveis pela introdução da escultura brasileira no modernismo internacional.

Obra "A Bailarina", de Victor Brecheret
Obra "A Bailarina", de Victor Brecheret (Foto: Reprodução)

Outra escultura depredada pelos extremistas foi “A Justiça”, do escultor e desenhista mineiro Alfredo Ceschiatti. A obra em granito, disponível em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), foi pichada com “Perdeu, mané”. A frase faz referência à resposta do ministro Luís Roberto Barroso em novembro a um bolsonarista após ser hostilizado em Nova York.

Escultura "A Justiça", de Alfredo Ceschiatti, foi depredada por extremistas
Escultura "A Justiça", de Alfredo Ceschiatti, foi depredada por extremistas (Foto: Reprodução)

Líder do Governo Lula no Congresso Nacional, o senador Randolfe Rodrigues relatou em seu perfil no Twitter um cenário de “caos”. Ele citou a destruição de obras de arte históricas, como a pintura de Di Cavalcanti, e até um relógio do século XIX dado de presente a Dom João VI.

Ministra da Cultura, a cantora Margareth Menezes se manifestou na manhã desta segunda-feira, 9, sobre os atos terroristas em Brasília. Ela enfatizou que “o patrimônio histórico material e imaterial do Brasil foi barbaramente atacado e em parte destruído”. Por isso, a ministra determinou “a imediata diligência do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico (Iphan)" para avaliação e informação da destruição.

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