Quem é Di Cavalcanti, autor de obras avariadas por Jair Bolsonaro

Pintor modernista, Di Cavalcanti é autor da tapeçaria "Músicos", que teria desbotado ao ser exposta ao Sol no Alvorada, e da tela "Mulatas", furada por terroristas que invadiram o Palácio do Planalto

Um dos grandes nomes do modernismo no Brasil, o artista carioca Di Cavalcanti (1897-1976) apareceu de modo intenso nas manchetes nos últimos dias por motivos infelizes e repudiáveis: os diferentes ataques a obras do pintor, ilustrador e muralista que se encontram em Brasília.

Na última quinta-feira, 5, a socióloga Janja Lula da Silva, primeira-dama do País, recebeu a reportagem do canal GloboNews para mostrar o estado do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência da República. Entre as descaracterizações e danos no local, está a da tapeçaria "Músicos", de Di Cavalcanti.

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A obra foi produzida nos anos 1950 a partir de encomenda do arquiteto Oscar Niemeyer, que projetou a capital federal. De acordo com Janja, o local original da tapeçaria é a biblioteca do Palácio, mas ela foi encontrada na Sala de Estado do Alvorada.

"Você pode ver que ela foi colocada aqui e está desbotada. Aqui bate sol. Infelizmente, essa aqui vai ter que ser restaurada", informou a socióloga na entrevista à GloboNews. A obra teria sido retirada do local original para que os equipamentos tecnológicos das lives do ex-presidente Jair Bolsonaro pudessem ser instalados.

A peça é uma das poucas tapeçarias produzidas por Di Cavalcanti, reconhecido principalmente por pinturas e gravuras. O valor estimado da obra pode chegar a R$5 milhões, conforme o marchand Evandro Carneiro calculou em entrevista ao jornal O Globo.

Obra "Mulata" também foi danificada terroristas

Já a obra "Mulatas", datada de 1962, é um painel que fica no terceiro andar do Palácio da Planato e sofreu no mínimo cinco perfurações feitas por criminosos que invadiram os prédios dos três poderes neste domingo, 8. 

O engenheiro e galerista proprietário da Sculpt Galeria Rodrigo Parente reconhece Di Cavalcanti como "o artista que melhor retratou nossa brasilidade", além de destacar que ele foi um dos "precursores do modernismo" ao lado dos nomes de Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Oswald de Andrade e Mario de Andrade.

Além das obras danificadas, Brasília possui ainda outras produções assinadas por Di Cavalcanti, como pinturas na Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida da capital federal e o painel "Candangos", que fica no Salão Verde da Câmara dos Deputados.

Entre outras obras que compõem o Palácio do Planalto, estão o vitral "Araguaia", de Marianne Peretti, a escultura "Anjo", de Alfredo Ceschiatti, outras obras de Di Cavalcanti e ainda de Djanira, Cândido Portinari e Volpi, além de mobiliário de Sergio Rodrigues, Oscar Niemeyer, Joaquim Tenreiro, Scapinelli e Jean Gillon, como lista Rodrigo.

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