Saiba quem é Margareth Menezes, artista e futura ministra da Cultura
Cantora anunciou nesta terça-feira que aceitou convite de Lula para ocupar a pasta que será recriada na gestão petista
17:25 | Dez. 13, 2022
Nesta terça-feira, 13, a cantora Margareth Menezes aceitou o convite do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para o Ministério da Cultura. No governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), o Ministério da Cultura (Minc) foi extinto e as demandas do setor foram absorvidos por uma Secretaria Especial, alocada no Ministério do Turismo.
Uma das promessas da campanha de Lula foi a recriação do Minc. Com a vitória do petista nas últimas eleições, alguns nomes foram cotados para assumir o novo ministério, como Daniela Mercury, Chico César e Juca Ferreira. Nome já adiantado há alguns dias, Margareth Menezes, de 60 anos, é baiana e é considerada um símbolo para o afro-pop brasileiro.
Saiba quem é Margareth Menezes
Nascida em Salvador, 1962, Margareth é cantora, compositora e ex-atriz brasileira. Ela conquistou dois troféus Caymmi, dois troféus Imprensa, quatro troféus Dodô e Osmar, além de ser indicada para o Grammy Awards e Grammy Latino. A cantora soma 21 turnês mundiais, e é considerada pelo jornal Los Angeles Times, como a "Aretha Franklin brasileira".
É filha de Diva, doceira e costureira, e Adelício Soares, motorista, sendo a mais velha de cinco irmãos. Seus primeiros contatos com a arte começaram desde pequena, com uma família que tocava violão e reunia os integrantes para ouvir outros artistas brasileiros como Clara Nunes, Dicró, Noite Ilustrada, Martinho da Villa, Luiz Gonzaga, Marinês e Sua Gente, Jackson do Pandeiro, Moreira da Silva , Orlando Silva, Nelson Gonçalves, Ângela Maria e outros.
Ainda pequena, Margareth, começou a cantar no coral da igreja local e, após conhecer Silas Henrique, iniciou sua carreira artística, inicialmente como atriz, ganhando em 1985, o prêmio de "Melhor Intérprete", em "Banho de Luz". Posteriormente, a cantora começou a se envolver com a música, apresentando-se em bares de Salvador, até que foi ovacionada por um público de 1500 pessoas, ao lado da Orquestra do maestro Vivaldo da Conceição.
Foi em 1987 que a artista lançou seu primeiro single, lançado como LP, intitulado “Faraó”, ao lado de Djalma de Oliveira, vendendo mais de 100mil cópias. Hoje, Margareth soma 10 álbuns de estúdio, três álbuns ao vivo e um acústico.
Em seu primeiro álbum auto-intitulado ela interpreta canções com ritmos bem baianos, influenciado pela ascendência africana e a presença da cultura afro-brasileira. O segundo álbum, "Elegibô", foi premiado pela Billboard e vendeu mais de dez mil cópias nos Estados Unidos, sendo considerado um dos cinco melhores álbuns de "música do mundo". Em 1990, lança "Um Canto pra Subir", que recebeu grande influência pop, traduzido em samba, funk e samba-reggae. O álbum sucessor, "Kindala", trouxe ritmos dançantes em 1991, vendendo 10 mil cópias na França.
Em 2012 foi convidada pelo músico Zeca Baleiro e fez uma participação especial na canção "Último Post", do CD “O Disco do Ano” do cantor e compositor maranhense.
Movimento Afropop Brasileiro
Fundado em 2005 pela cantora Margareth Menezes, o movimento Afropop Brasileiro reúne exposições fotográficas e artísticas manifestações, apresentações de bandas, grupos e cantores independentes, e tem a participação de jovens de organizações não-governamentais de Salvador. O projeto também une ritmos de raízes afro-brasileiras com a sonoridade mundial, como o rock, reggae, o funk, entre outros.
Em 2009, Margareth comandou o movimento ao lado de Chido, do Malê Debalê, Altair, do Ilê Aiyê, Isaac - do Filhos de Gandhy - e Nen Tatuagem, da banda Muzenza, que passou pelo circuito Barra-Ondina, um dos mais famoso do carnaval baiano. Durante o percurso, eles passarram em frente à Varanda Elétrica do Expresso 2222, onde Menezes cantou "Andar Com Fé", ao lado de Gilberto Gil. Mariene de Castro também participou interpretando sambas do recôncavo.
Ministério da Cultura
Ao escolher a artista, o presidente eleito Lula retoma uma ideia que adotou no primeiro governo, quando escolheu um cantor renomado, Gilberto Gil, para chefiar o Ministério da Cultura.
A pasta é responsável pela elaboração de políticas públicas e de fomento ao setor de cultura. O ministério, entre outras atribuições, cuida do patrimônio histórico e cultural do País. Outro objetivo da pasta é criar condições de acesso universal aos bens culturais brasileiros.
O petista também quer implementar o Sistema Nacional de Cultura, com descentralização dos recursos. Ele defende ainda potencializar processos criativos e fortalecer a memória e diversidade cultural, ao valorizar a arte e a cultura popular e periférica.
Com Margareth ao seu lado, Lula também inicia cumprimento da promessa de formar um ministério composto por mulheres e negros, priorizando a representatividade.
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