Morre o cantor e compositor Erasmo Carlos aos 81 anos

O cantor havia recebido alta no início do mês de novembro, após complicações com um quadro de edema

O cantor e compositor Erasmo Carlos morreu, aos 81 anos, nas Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. No início de novembro, o cantor havia recebido alta após passar nove dias internado devido a um quadro de edema. 

No dia 2 de novembro, o artista havia recebido alta e publicado em suas redes sociais uma foto com a esposa, Fernanda Passos. “Obrigado a Deus, a todos que cuidaram de mim, rezaram por mim e se torceram pela minha recuperação. Essa foto com a Fernanda traduz como estamos felizes”, completou.

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Ainda referente a uma notícia que confirmava a sua morte no início do mês, Erasmo escreveu: “Bem simbólico… depois de me matarem no dia 30, ressuscitei no Dia de Finados e tive alta do hospital".

Trajetória de Erasmo Carlos

Erasmo Esteves, conhecido artisticamente como Erasmo Carlos, foi um cantor, compositor, ator, músico, multi-instrumentista, e escritor brasileiro. Um dos pioneiros do rock brasileiro, nos anos 60 fez parceria com o cantor e compositor Roberto Carlos, compondo várias músicas juntos, que gravavam em seus discos em carreira solo.

O artista nasceu no bairro da Tijuca, na zona norte do Rio de Janeiro, de mãe solteira, vindo a conhecer seu pai somente aos 23 anos de idade.


Erasmo conhecia Sebastião Rodrigues Maia, que mais tarde ficaria conhecido como Tim Maia, desde a infância. Entretanto, a amizade só viria na adolescência por conta do gosto pelo rock and roll. Quando fazia parte do The Snakes, Tim Maia ensinou Erasmo a tocar violão. O The Snakes chegou a acompanhar o cantor Cauby Peixoto em sua inusitada passagem pelo rock, na gravação de "Rock and Roll em Copacabana" de 1957 e no filme "Minha Sogra é da Polícia", de 1958,, em que o cantor interpreta a canção "That's Rock" composta por Imperial.

Na década de 1970, Erasmo assina com a Polydor. A primeira metade da década mostra o Tremendão num estilo bem diferente da Jovem Guarda. Influenciado pela cultura hippie e pelo soul, lançou o disco “Carlos, Erasmo” em 1971. O álbum, que abre com "De Noite na Cama", escrita por Caetano Veloso especialmente para ele, traz uma polêmica ode à maconha.


Erasmo Carlos começa os anos 80 com um projeto ambicioso. “Erasmo Convida” é um projeto pioneiro no Brasil. Foram doze canções interpretadas em dueto com artistas como Nara Leão, Maria Bethânia, Gal Costa, Wanderléa, A Cor do Som, As Frenéticas, Gilberto Gil, Rita Lee, Tim Maia, Jorge Ben e Caetano Veloso. A faixa de abertura do álbum foi a que teve maior destaque nas rádios: a regravação de "Sentado à Beira do Caminho", com a participação do parceiro Roberto Carlos nos vocais.


Nos anos 90, o trabalho de Erasmo apareceu de forma bissexta na canção. Além de sempre assinar com Roberto Carlos as canções feitas para seus discos anuais, ele lançou dois discos. "Homem de Rua", lançado pela Sony Music em 1992, chegou a ter repercussão com a faixa-título, que fez parte da trilha da telenovela "De Corpo e Alma", mas a canção era tema do personagem Bira de Guilherme de Pádua, que, ao lado da esposa Paula Thomaz, assassinou a atriz Daniella Perez, filha da autora da novela Glória Perez. Por conta desse acontecimento, Erasmo em respeito a atriz, nunca mais cantou essa música. Outra gravação de destaque foi "A Carta", na qual Erasmo cantou com Renato Russo.


Após a morte de sua ex-esposa, Sandra Sayonara Saião Lobato Esteves, em 1995, o cantor se distanciou de seus projetos musicais. Somente em 2001, Erasmo voltaria a lançar um disco novo. "Pra Falar de Amor" traz interpretações dele para canções apenas suas, além de canções de Kiko Zambianchi e Marcelo Camelo. O destaque é "Mais um na Multidão", dueto com Marisa Monte e de autoria de Erasmo Carlos, Marisa Monte e Carlinhos Brown. No ano seguinte, ele lançou seu primeiro DVD ao vivo, além de um CD duplo.


Ao longo do século XXI, o cantor lançou muitos álbuns, como "Rock 'n' roll", “Santa Música”, “Erasmo Convida, Volume II”, “Sexo”, “Gigante Gentil”, o qual venceu o Grammy Latino de Melhor álbum de Rock Brasileiro. Em 2020, assina contrato com a Netflix, como ator protagonista no longa-metragem “Modo Avião”, juntamente com Larissa Manoela. Em fevereiro de 2021 lança o álbum “O futuro pertence à... Jovem Guarda” com oito canções dos anos 60, sendo seu último disco.




 

 

 

 

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