Rick Owens revela seu otimismo na Semana de Moda de Paris
Como já é marca de Owens, o desfile aconteceu no enorme e luxuoso pátio do palácio de Tóquio, às margens do SenaMestre dos desfiles apocalípticos, o americano Rick Owens surpreendeu nesta quinta-feira, 29, ao apresentar uma mensagem de otimismo em Paris, onde duas criadoras espanholas, Paula Canovas del Vas e Sonia Carrasco, fizeram sua estreia na Semana de Moda francesa.
Como já é marca de Owens, o desfile aconteceu no enorme e luxuoso pátio do palácio de Tóquio, às margens do Sena, onde seus espetáculos muitas vezes terminam com fogos de artifício.
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Para a coleção primavera-verão 2023, as modelos desfilaram entres jatos das fontes de água, com peças em off-white, amarelo e rosa. Conhecido pelo uso do preto e das roupas justas, Owens desta vez optou por vestir as mulheres com vestidos volumosos e fluidos. Um dos destaques é um vestido longo em tule, com decote em linha V e de cor framboesa.
Owen se declara fã do antigo Egito, um país que visita com frequência. "Não vejo isso como um escape, mas como uma forma de admirar com alívio o que sobrevive após inúmeras guerras", explicou.
Alguns vestidos, sinuosos em couro translúcido, são inspirados em águas-vivas. Para sua confecção, estilista utilizou peles bovinas tratados com produtos orgânicos e glicerina natural, o que lhe confere um aspecto macio e natural.
As jaquetas com babados mantêm esse diálogo com as criaturas submarinas. Algumas silhuetas retomam as ombreiras muito levantadas, uma das marcas registradas da casa Owens.
Não muito longe dali, nas instalações do Instituto Cervantes, Paula Canovas del Vas apresentou uma coleção ambivalente, olhando para um passado colorido e descontraído dos anos 1970, mas com recortes atuais.
Seus vestidos são ajustados no corpo e desestruturados. Mangas e ombreiras largas. A partir da cintura, saias-lápis.
Formada na escola Saint Martins e hoje morando em Londres, essa jovem designer recorres a fios grossos e amarrações nas peças. Azul, laranja e rosa em tons vivos e quentes são predominantes na coleção.
Sonia Carrasco, de 34 anos, também formada na famosa Saint Martins, optou por uma apresentação incomum: as modelos eram vestidas por suas assistentes diante do público, que podia ver como elas apertavam suas blusas, davam volume aos ombros ou ajustavam suas botas pretas extralongas com enfeites metálicos.
"Os processos não são rápidos, não são fáceis. Por isso o ensinamos, para dar valor às roupas", declarou a estilista à AFP.
Carrasco também recorreu aos fios, pendurados nas cinturas. As blusas e tecidos são de cores clássicas, azul listrado ou branco imaculado. Mas o corte é radical: uma camisa é cortada como um triângulo invertido na altura do peito. As calças desaparecem para se tornarem franjas.
"A experimentação com a padronagem é o mais importante", explicou.
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