Há 25 anos morria Diana, a "princesa do povo"

Lady Di morreu em 31 de agosto de 1997 em um acidente de carro em Paris, após ser perseguida por paparazzi. Um quarto de século depois, a "rainha dos corações" continua sendo um ícone da cultura pop
Autor DW Tipo Notícia

"É importante lembrar que, de todas as ironias sobre Diana, talvez a maior seja esta: uma garota que recebeu o nome da antiga deusa da caça foi, no fim das contas, a pessoa mais caçada da era moderna."

É difícil esquecer os versos contundentes proferidos pelo conde Charles Spencer, em um discurso emocionante – e por vezes ácido – no funeral de sua irmã mais velha, 25 anos atrás.

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

Diana, princesa de Gales, morreu aos 36 anos em 31 de agosto de 1997, em um acidente de carro em Paris. Também morreram seu companheiro, Dodi Al-Fayed, e o motorista do veículo, Henri Paul. O único sobrevivente foi o guarda-costas Trevor Rees-Jones, apesar de gravemente ferido.

A morte de Lady Di deixou o mundo inteiro em choque, mas as circunstâncias que cercaram o acidente também geraram uma onda de tristeza – e fúria.

O carro capotou enquanto trafegava em alta velocidade sob um túnel na capital francesa. Diana – que já foi considerada "a mulher mais fotografada do mundo", era perseguida por paparazzi naquele momento.

A sociedade culpou os tabloides pela morte, que tiveram que enfrentar a ira não só do irmão Charles, mas dos dois filhos dela, os príncipes William e Harry, e do público em geral.

Em 1999, porém, investigadores franceses consideraram o motorista Paul o único responsável pelo acidente. Naquela noite, ele dirigia sob influência de álcool e medicamentos prescritos.

Já em 2008, um júri no Reino Unido concluiu que Diana foi morta ilegalmente pela condução imprudente de seu motorista e também pelos paparazzi que perseguiam o veículo. O veredito fez parte de um inquérito de seis meses que ouviu mais de 240 testemunhas.

Sob holofotes

As opiniões divergem sobre a própria cumplicidade da princesa em atrair a atenção da imprensa – seja por meio de suas escolhas de figurino; o livro de sucesso de 1992 escrito por Andrew Morton com cooperação dela; ou a entrevista de 1995 ao jornalista Martin Bashir, da BBC. No ano passado, um inquérito independente concluiu que o profissional teve um "comportamento desonesto" para garantir a entrevista com Diana, numa "violação grave" das normas da emissora britânica.

Foi nessa entrevista, ao programa Panorama da BBC, que Diana declarou: "Éramos três naquele casamento, então estava um pouco lotado" – referindo-se ao caso extraconjugal do príncipe Charles com sua agora esposa, Camilla Parker Bowles. Ela falou ainda sobre seus próprios casos, sua bulimia e suas tentativas de suicídio em meio ao estresse causado pelos protocolos rígidos da família real.

Diana, contudo, seguiu fortemente amada pelo público – provavelmente porque levou, até certo ponto, uma vida com a qual vários podiam se conectar: esposa obediente, mas injustiçada, mãe amorosa e dedicada, membro da realeza, mas "gente como a gente", fashionista glamourosa, fã de música pop, dançarina ávida e defensora compassiva dos sem-teto e dos doentes.

Em 1987, sua decisão ousada de abandonar o protocolo real de usar luvas e apertar a mão de um paciente HIV positivo foi descrita pela imprensa como "um de seus melhores momentos humanitários". E Diana seguiu utilizando sua fama para defender diversas causas – desde a luta contra minas terrestres até a promoção das artes.

Assim, ela cimentou seu status como um ícone da cultura pop. E desde então todos os passos de Diana forneceram manterial para inúmeras recontagens de sua vida na forma de documentários, entrevistas, filmes, uma série premiada da Netflix e até um musical de grande repercussão. (Brenda Haas/ DW)

Rainha dos corações

Após sua morte em 31 de agosto de 1997, um visivelmente abalado Tony Blair, que era primeiro-ministro britânico na época, introduziu o termo "princesa do povo" para se referir a Diana.

"Vocês sabem como as coisas eram difíceis para ela de tempos em tempos, tenho certeza que só podemos imaginar. Mas indivíduos em todos os lugares – não apenas aqui no Reino Unido, mas em todo lugar – mantiveram a fé na princesa Diana", afirmou Blair. "Eles a amavam, a consideravam parte do povo. Ela era a 'princesa do povo'. E é assim que ela permanecerá em nossos corações e em nossas memórias, para sempre."

Nascida Diana Frances Spencer, ela ganhou vários títulos após se casar com o príncipe Charles, herdeiro do trono britânico. Com o divórcio, contudo, ela acabou perdendo o título de Sua Alteza Real – e a chance de se tornar a rainha da Inglaterra.

Na entrevista à BBC em 1995, ela contou como gostaria de ser reconhecida: "Gostaria de ser a rainha dos corações das pessoas, no coração das pessoas."

Isso talvez explique os quase 2,5 bilhões de espectadores que assistiram a seu funeral há 25 anos – e por que ela continua sendo um tema de interesse da cultura pop até os dias de hoje.

Podcast Vida&Arte

O podcast Vida&Arte é destinado a falar sobre temas de cultura. O conteúdo está disponível nas plataformas Spotify, Deezer, iTunes, Google Podcasts e Spreaker. Confira o podcast clicando aqui

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

princesa diana diana vida e arte história inglaterra

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar