Musical baseado na juventude de Belchior chega ao Theatro Via Sul

Musical conta com dois atores em cena e uma banda de quatro músicos tocando ao vivo as canções do compositor cearense

Em 26 de outubro de 1946, nascia um sujeito que viria a ser um dos grandes nomes da música brasileira: Antônio Carlos Belchior. A vida e as canções do querido rapaz latino-americano foram inspiradas por pensamentos acerca de um mundo desconcertado e ideias que se fazem atuais mesmo após tantos anos. O cantor faleceu em 2017, mas sua arte permanece viva na história da música brasileira e no coração de fãs, amigos e familiares.

Pensando em como passar para o público toda a complexidade das vivências do cantor, nasceu o musical "Belchior: Ano Passado Eu Morri, Mas Esse Ano Eu Não Morro", que retorna a Fortaleza para duas apresentações, nos dias 3 e 4 de setembro, no Theatro Via Sul, às 20 horas.

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A história é contada por dois personagens: Belchior (Pablo Paleologo) e o "Cidadão Comum" (Bruno Suzano), sendo o segundo uma forma de representar um "alter ego" do artista que aparece em músicas como "Pequeno Perfil de Um Cidadão Comum". A direção é de Pedro Cadore e a apresentação conta ainda com uma banda de quatro músicos: Emília B. Rodrigues (bateria), Rico Farias (violão/guitarra), Silvia Autuori (baixo/violino) e Thomas Lenny (teclado).

O show viaja pelo Brasil desde abril de 2019, quando fez sua primeira apresentação no Teatro João Caetano (RJ). Desde então, os fãs de Belchior - ou curiosos por sua obra - estão tendo a oportunidade de conhecer mais de perto as vivências do artista por meio de um musical que baseia-se totalmente em falas e escritos dele. "O espetáculo vem mudando desde a primeira apresentação, e acho que ele vem sempre se adaptando. Como os textos são do Belchior, a gente acaba sempre achando algo novo", conta Pablo Paleologo.

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Ao longo dos últimos três anos, o texto da obra veio sendo modificado não só em razão das novas descobertas acerca da vida do cantor, mas também por conta da pandemia de Covid-19. Segundo Pablo, Belchior ganhou uma nova legião de fãs durante o período pandêmico, já que, em meio às dificuldades da época, a canção "Sujeito de Sorte" tornou-se ainda mais marcante.

Ainda de acordo com o ator, aqueles que já tiveram a oportunidade de assistir ao musical aprovaram a experiência, incluindo os familiares de Belchior. "Ter a aprovação da família e do público é extremamente satisfatório para mim, porque isso me motiva a fazer um bom trabalho", expõe o ator.

Já para aqueles que ainda não viveram tal experiência, Pablo explica que essa é uma forma de celebrar a obra e a vida de Belchior e entender um pouco do que se passava na cabeça de um artista tão importante para a música brasileira. "É uma celebração, acima de qualquer coisa, é um espetáculo bem diferente do que estamos acostumados".

Medo e honra

Quando foi convidado para interpretar Belchior, Pablo tinha apenas um "contato discreto" com a obra do sobralense. "Quando o Pedro me chamou para fazer o espetáculo, eu comecei a estudar a fundo a obra dele (Belchior), e senti quase que um arrependimento de não ter começado antes. Mas eu fico feliz por ter começado", relata o ator.

Para ele, é impossível fazer esse papel sem se emocionar. "Na primeira vez que fomos a Fortaleza, foi quando eu tive consciência do tamanho de Belchior de uma forma geral e, para mim, é uma emoção muito grande ter a oportunidade de representar essa figura tão marcante na história da nossa música", lembra.

Pablo acrescenta que o medo sentido antes de entrar no palco é maior quando chega à capital cearense, pois defende que Belchior tem uma importância maior aqui, no estado onde nasceu. Todavia, afirma que sente-se muito honrado por conseguir realizar tal trabalho e levar ao público a essência do grande Belchior.

Belchior: Ano Passado Eu Morri, Mas Esse Ano Eu Não Morro

Quando: sábado, 3, e domingo, 4, às 20 horas
Onde: Theatro Via Sul (Avenida Washington Soares, 4335 - Sapiranga)
Quanto: a partir de R$ 40; vendas no site Ingresso Digital
Mais informações: 85 4042.0714

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