Quadrinistas cearenses fazem campanha para participar de evento internacional

Lara Nicolau e Pâmela de Castro participarão do Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), em Belo Horizonte, e fazem campanha de financiamento coletivo para arcar com os custos

O Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, que acontece entre os dias 3 e 7 de agosto, já foi considerado um dos maiores eventos dos quadrinhos no Brasil. Em todas as edições, que ocorrem a cada dois anos, profissionais da área se reúnem para divulgar seus trabalhos e debater sobre o mercado. E, desta vez, duas cearenses participarão: Lara Nicolau e Pâmela de Castro, quadrinistas que publicam suas produções semanalmente nas páginas do O POVO.

Elas estão realizando uma campanha de financiamento coletivo para arcar com os custos da viagem, que incluem passagem, estadia, alimentação e impressão do material a ser levado. As contribuições podem se realizadas por meio do site Vakinha. As duas quadrinhistas irão ao evento internacional com os quadrinhos que publicam no Jornal. Lara Nicolau é a autora de “Nico” (publicada aos sábados), enquanto Pâmela de Castro é a responsável pelas “Metatirinhas” (às quintas).

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“Sempre fui apaixonada por quadrinhos desde a infância, então ir ao Festival Internacional de Quadrinhos, ainda mais como expositora, parece ser a realização de um sonho. Além disso, é uma excelente oportunidade para divulgar o meu trabalho, assim como para conhecer o trabalho dos vários artistas que estarão no evento, trocar experiências e aprimorar cada vez mais as minhas produções artísticas”, afirma Pâmela.

Lara Nicolau também tem expectativas semelhantes, porque quer entrar em contato com outros quadrinistas para continuar se profissionalizando e contando suas histórias. “Acredito que o Ceará, como um todo, é muito potente na produção de quadrinhos. Contudo, nem sempre temos os acessos para distribuir nosso trabalho nacional e/ou internacionalmente. Então é uma grande oportunidade de mostrar o quanto a produção cearense é relevante e merece ser viabilizada e fomentada”, defende Lara.

O mundo fantástico de “Nico”

Lara Nicolau recebeu o convite de Daniel Brandão, dono do Estúdio Daniel Brandão, uma escola de artes, quadrinhos e ilustrações, para produzir suas próprias tirinhas. Ela aceitou e decidiu abordar os temas que conhece: “A Nico, em seus cenários muitas vezes fantásticos, é a minha forma de lidar com minhas emoções e meus questionamentos. É como eu me apresento ao mundo também”.

Ela tem os desenhos de mangá como uma de suas principais influências, além de - é claro - as tirinhas da Turma da Mônica. “A banca de revistas foi por onde eu conheci os mangás. Eu ficava horas em pé, olhando para as ilustrações coloridas das capas e aquilo que me encantava muito. Na escola, eu conseguia ler os mangás emprestados dos meus colegas e ao mesmo tempo, na televisão aberta, eram exibidos vários animes”, recorda.

Assim, começou a desenhar e trabalhar com narrativas centradas em garotas. Lara se utilizou da expressividade dos personagens japoneses e da delicadeza das linhas e as colocou em seus projetos autorais.

Um grande sonho seria conseguir publicar a Nico e outros projetos através de uma editora e ver o meu trabalho ganhando espaço no mercado editorial de quadrinhos nacionais. Estou sempre buscando estudar e aprender mais para aprimorar minhas técnicas e tentar atender ao mercado de ilustração digital para jogos”, indica a quadrinista, que também atua como professora.

A metalinguagem e as “Metatirinhas”

A produção das “Metatirinhas”, de Pâmela de Castro, também iniciou por influência de Daniel Brandão. A artista fez um curso de histórias em quadrinhos no estúdio e se afeiçoou, principalmente, aos elementos teóricos. “Nos meses finais do curso, passei a explorar mais as possibilidades com a construção de histórias curtas utilizando a metalinguagem”, ressalta.

“Achei tão divertido que passei a criar e experimentar cada vez mais as possibilidades que os quadrinhos poderiam me oferecer, até desenvolver a série Metatirinhas como ela existe hoje”, explica. Seu trabalho, que é divulgado semanalmente no O POVO, brinca com os recursos que existem dentro dos próprios quadrinhos.

De acordo com ela, um de seus maiores objetivos é produzir uma série que possibilite a publicação de uma coletânea no futuro. “Alguns dos meus objetivos com as Metatirinhas é a criação de cada vez mais tirinhas da série para uma publicação da coletânea por alguma editora. Adoraria que minhas tiras fossem utilizadas em sala de aula, principalmente, nas aulas de português”, idealiza.

Campanhas de financiamento

Lara Nicolau
Onde: site da Vakinha

Pâmela de Castro
Onde: site da Vakinha

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