Curso aborda parcerias entre artistas e estilistas no Brasil e no mundo
Ministrada pela professora e empresária Bianca Cipolla, a formação "Arte e Moda no Século XX" acontece neste mês de julho, sempre às quintas-feiras, com aulas na Coração Selvagem Café e Livros
A professora e empresária Bianca Cipolla ministra o curso "Arte e Moda no Século XX" às quintas-feiras de julho, das 18 às 20 horas, na livraria Coração Selvagem, na Praia de Iracema. Com início nesta quinta-feira, 7, a formação passeia pelas colaborações entre artistas, costureiros e designers do Brasil e do mundo no século passado. As inscrições podem ser realizadas pela plataforma virtual Sympla.
Para Bianca, "um bom criador não consegue criar se estiver distante da produção artística de um tempo". "Arte e moda bebem das mesmas fontes estéticas, estão sujeitas aos mesmos movimentos políticos, introduzem a humanidade num contexto social, histórico e temporal. Claro, são diferentes. Arte não é moda. Moda não é arte. Mas são movimentos com muitas correlações, principalmente com relação às fontes estéticas que comunicam anseios, repreensões e percepções sobre o coletivo".
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Moda, música e cultura
Um dos grandes marcos do elo entre artes visuais e moda no Brasil pode ser conferida na coleção Masp Rhodia. Na década de 1960, a indústria química francesa Rhodia divulgava seus fios sintéticos por meio de editoriais e coleções de moda, além de desfiles-show na Feira Nacional da Indústria Têxtil (Fenit), em São Paulo.
Ideia do italiano Lívio Rangan (1933-1984), gerente de publicidade da empresa que era apaixonado pela cultura brasileira, os desfiles, realizados entre 1960 e 1970, eram como espetáculos que congregavam atores, dançarinos, músicos (como Gilberto Gil, Caetano, Gal Costa, Nara Leão e Rita Lee) e artistas visuais.
À época, Rangan convidava expoentes artistas plásticos brasileiros para colaborar com estilistas, como Dener Pamplona (1937-1978) e Alceu Penna (1915-1980), em diversas coleções, num movimento de diálogo entre a arte contemporânea e as tendências de moda.
O italiano idealizou os primeiros desfiles envolvendo artistas, além de consolidar editoriais de moda com identidade brasileira. Mundo afora, esses projetos promoviam tanto a moda quanto as artes plásticas do País.
A moda no Museu
Em 1972, a empresa doou 79 peças para o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), selecionadas por Pietro Bardi (1900-1999), então diretor do equipamento. Único conjunto remanescente dessa produção que marcou a história da moda brasileira, o acervo do Masp pode ser apreciado na plataforma virtual Google Arts&Culture.
O conjunto Masp Rhodia reúne peças com estampas de artistas que trabalhavam com abstração geométrica e informal, com referências populares e vertentes da arte pop. Entre os cearenses, estão Antonio Bandeira (1922-1967), Aldemir Martins (1922-2006) e Carmélio Cruz (1924-2018).
"Era uma época que o Brasil ditava moda para o mundo", diz Bianca. Ela explica: “O mundo estava de olho na produção têxtil brasileira. Estamos falando de uma produção totalmente à frente do seu tempo. Após os desfiles da Fenit, as peças rodavam o mundo, as embaixadas em outros países recebiam grupos de modelos brasileiras. Tem um marco de 'collab' no mundo, que é o Ballet Russe (nos espetáculos dos anos 1900, a companhia russa contava com figurinos desenhados por artistas das vanguardas europeias, como Picasso e Matisse). A grande collab da nossa história é a Masp Rhodia”.
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Masp Rhodia
Mais info: masp.org.br e artsandculture.google.com
Curso Arte e Moda no Século XX
Quando: 7, 14, 21 e 28 de julho, das 18 às 20 horas
Onde: Coração Selvagem Café e Livros (rua dos Tabajaras, 450 - Praia de Iracema)
Quanto: R$ 600 em sympla.com.br
Mais info: @biancacipolla no Instagram
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