Morre Sérgio Paulo Rouanet, criador da Lei de Incentivo à Cultura
Diplomata, professor, filósofo, ensaísta e antropólogo, o carioca foi Secretário de Cultura da Presidência da República do Brasil, de 1991 a 1992, e ocupava a cadeira nº 13 da Academia Brasileira de Letras (ABL)
O intelectual carioca Sérgio Paulo Rouanet, que dá nome à Lei de Incentivo à Cultura, morreu na manhã deste domingo, 3 de julho de 2022, aos 88 anos. Principal mecanismo de fomento à Cultura do País, a Lei Rouanet (Lei 8.313/91) estabeleceu o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) e foi criada durante sua atuação como secretário da Cultura da Presidência da República do Brasil, de 1991 a 1992.
O diplomata, professor, filósofo, ensaísta e antropólogo ocupava a cadeira nº 13 da Academia Brasileira de Letras (ABL) há 30 anos, desde 23 de abril de 1992, e a cadeira nº 34 da Academia Brasileira de Filosofia (AFL). Destaque na tradução e adaptação literária, Rouanet era tradutor no Brasil do filósofo alemão Walter Benjamin. Doutor em Ciências Política pela Universidade de São Paulo (USP), ele tinha vasta experiência no campo da cultura e das relações exteriores.
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Rouanet sofria da Doença de Parkinson, que causa a morte das células do cérebro. A informação foi confirmada pelo Instituto Rouanet, fundado em 20 de agosto de 2020 por Sérgio e sua esposa, a escritora Bárbara Freitag, para a valorização da emancipação humana por meio da cultura e da educação.
Em nota nas mídias sociais, o Instituto Rouanet comunicou: “É com muito pesar e muita tristeza que informamos o falecimento do Embaixador e intelectual Sérgio Paulo Rouanet, hoje pela manhã do dia 3 de julho. Rouanet batalhava contra o Parkinson’s, mas se dedicou até o final da vida à defesa da cultura, da liberdade de expressão, da razão, e dos direitos humanos. O Instituto carregará e ampliará seu grande legado para futuras gerações”.
Nascido em 23 de fevereiro de 1934, no Rio de Janeiro, Sérgio Paulo Rouanet era graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. O intelectual se especializou em Economia, Filosofia e Ciências Políticas, tendo ministrado aulas como professor na Universidade de Brasília (UnB), no Instituto Rio Branco e na Universidade de Oxford (Inglaterra).
Rouanet passou por embaixadas, delegações e consultados do Brasil em lugares como Nova Iorque, Genebra e Berlim. No campo do jornalismo cultural, aos 20 anos, estreou no Jornal do Brasil com artigos publicados na coluna “Eles pensaram por nós”, dentro do suplemento literário da publicação carioca.
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