"Lightyear" estreia nos cinemas e expande universo de "Toy Story"

"Lightyear" estreia nesta quinta-feira, 16, nos cinemas brasileiros e conta a história de um dos personagens mais populares da Pixar

10:00 | Jun. 15, 2022

Por: Clara Menezes
'Lightyear' conta a história por trás do famoso boneco de 'Toy Story' (foto: Pixar/ Divulgação)

Buzz Lightyear é introduzido em "Toy Story" como um novo boneco da coleção de Andy. No início, confuso, ele tenta contato com o Comando Estelar, mas não consegue. Logo em seguida, percebe que sua nave de papel está quebrada. Então o personagem começa a registrar seus movimentos neste mundo estranho e teme os brinquedos ao seu redor. O astronauta se apresenta: "Sou Buzz Lightyear, eu venho em paz. Estou lotado no quadrante gama do setor 4. Como membro da unidade de elite de proteção do universo dos Patrulheiros Espaciais, eu protejo a galáxia contra a invasão do imperador do mal, Zurg, inimigo jurado da Aliança Galáctica".

Essa breve colocação serviria para explicar "Lightyear", que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 16 de junho. O novo longa-metragem se propõe a contar a história por trás de um dos personagens mais populares da Pixar e da Disney. Mais que isso: a produção é, na verdade, a mesma que Andy assistiu e se tornou fã. No começo da exibição, os espectadores são inseridos no universo de Toy Story, porque eles estão assistindo ao filme favorito do menino.

Mas o spin-off nada tem a ver com brinquedos dentro de um quarto, ameaças de seres humanos e medo do crescimento. No enredo, Buzz é um dos mais importantes patrulheiros da galáxia. Jovem e ambicioso, ele está no caminho para virar um herói de sua geração. Entretanto, uma tragédia acontece: depois que um teste de voo falha, sua nave e a tripulação são abandonadas em um planeta estranho.

Por isso, o protagonista decide encontrar uma maneira de voltar para a Terra, mesmo que todos estejam a mais de quatro milhões de anos-luz de distância. Um grupo de profissionais se responsabiliza por projetos de pesquisa com o objetivo de encontrar a fórmula certa para o retorno. Porém, existe um problema: por causa da velocidade, toda vez que os testes são realizados, há uma mudança no tempo. O piloto designado para o experimento sente que apenas alguns minutos se passaram, mas, quando retorna ao planeta, avança quatro anos no futuro.

A única pessoa que aceita o desafio é Buzz Lightyear. Sempre que viaja, vê as pessoas envelhecendo e construindo suas próprias trajetórias em um mundo estranho. Comprometido com a missão de levar todos para casa, renuncia a convivência com sua melhor amiga, a também comandante Alisha Hawthorne. Em cada viagem, descobre que a realidade está diferente. Por vezes, permanece um grande herói. Em outras, é considerado um louco pela população.

No meio de tantas tentativas, ganha de presente um gato robô, Sox, que dá suporte emocional e ameniza os traumas causados pelas distorções no tempo. O animal de estimação, que é rejeitado no início, rouba a cena até do próprio protagonista. Designado para cuidar do patrulheiro, é um personagem engraçado e inteligente que traz leveza para momentos de extrema tensão. Sem ele, Buzz Lightyear não teria sequer sobrevivido.

Depois de um século de viagens, o piloto espacial precisa parar seus testes, porque uma grande ameaça pode destruir o planeta estrangeiro. Uma nave de robôs assassinos dominou o lugar, e a população foi obrigada a se esconder para sobreviver. Neste contexto, o comandante forma, com relutância, uma equipe de pessoas despreparadas para salvar a galáxia. O grupo é composto por personagens improvavéis: Darby, uma idosa que está em liberdade condicional e não pode mexer em armas; Mo Morrison, um homem de meia-idade que entrou para o treinamento de patrulheiros iniciantes por acreditar que somente exercitaria seu corpo; e Izzy, a neta de Alisha Hawthorne que tem medo do espaço.

"Lightyear" não pretende continuar a história de "Toy Story". Pelo contrário, o longa-metragem cria seu próprio universo - que dá margem à criação de outras produções. Com direção de Angus MacLane, a animação foca em ficção científica, um gênero ainda pouco explorado pelo estúdio. Antes, apenas "Wall-E" (2008) havia enveredado por esse caminho.

Representatividade

O longa tem outro marco: é o primeiro filme da Pixar a exibir um beijo entre mulheres. No enredo, a melhor amiga de Buzz é uma mulher negra e lésbica que se casa com uma moradora do planeta. Em entrevista ao portal Looper, a produtora Galyns Susman afirmou que houve conversas com pessoas da comunidade LGBTQIA para entender como a personagem deveria ser. "Nos reunimos com um grupo de pessoas da comunidade LGBTQ para conversar e perguntar: 'Como deve ser esse personagem? Quais são as características que ela deve ter para uma representação autêntica?", explicou.

Elenco de vozes

Dois atores da versão inglesa de "Lightyear" já são nomes internacionalmente conhecidos pelo público consumidor de filmes: Chris Evans ("Capitão América") e Taika Waititi ("Thor"). Na dublagem brasileira, uma das grandes surpresas dos espectadores foi a escolha do apresentador Marcos Mion para o papel principal.

No mês em que foi anunciado publicamente, ele escreveu vários agradecimentos em suas redes sociais. "Essa é uma daquelas coisas que ultrapassam o entendimento racional, afinal, estamos falando do patrulheiro espacial mais querido do mundo", afirmou.

Documentário no streaming

O Disney adicionou o documentário "Ao Infinito e Além: Buzz e sua jornada para ser Lightyear" em seu catálogo. No conteúdo, dirigido por Tony Kaplan e produzido por Sureena Mann, os espectadores conhecem os bastidores da produção do filme de animação. Além disso, a obra detalha o novo design do personagem, aprofunda-se nos impactos culturais do brinquedo e destaca sua importância para os cineastas que trabalham na Pixar.

Lightyear

Quando: a partir de quinta-feira, 16 de junho

Onde: nos cinemas de Fortaleza

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