Carolzinha une protagonismo feminino à cultura de games em EP "Cara"

Projeto retrata o amadurecimento da artista e exalta o protagonismo da mulher em quatro músicas acompanhadas de videoclipes e parcerias especiais

Carolzinha é uma cantora, compositora e atriz brasileira. Nacionalmente conhecida como parte da dupla Carol & Vitoria, que integra junto da irmã, a jovem de 22 anos vem marcando presença não só nos vocais, mas também na composição de faixas famosas, como “Sem Filtro”, de IZA, e “Rolê”, de Glória Groove e Carol Biazin. Além disso, já escreveu letras para artistas como Day Limns, Rael, Tainá Costa, Tília, entre outros.

A artista começou a ter fãs no duo musical com covers de respostas a letras machistas, além da bandeira de defesa das mulheres que permanece forte em seu discurso até hoje. Sucesso nas redes sociais, Carolzinha tem 1 milhão de seguidores no Instagram, mais de 3 milhões no TikTok e 6 milhões no Youtube.

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A jovem lançou, neste mês de junho, seu primeiro EP solo, intitulado “Cara”. Ela se aventura pela primeira vez em um projeto individual, que chega cheio de personalidade. O disco conta com uma vibe pop e urbana, tendo como referências suas artistas internacionais mais ouvidas: Ariana Grande, Doja Cat e Ashnikko. O projeto ainda reafirma as mensagens de empoderamento e força feminina.

“Acho que nem se eu tentasse, eu conseguiria deixar de fora do meu trabalho toda a questão da força da mulher. Às vezes, em assuntos aleatórios, eu acabo fazendo uma referência à minha mãe, por exemplo, ou à minha irmã, e o quanto as admiro. Espero que as pessoas olhem e sintam isso, sintam que eu nunca fui tão eu como agora, estou amando esse projeto", comenta.

Com lançamento pela Som Livre, “Cara” apresenta quatro faixas inéditas e autorais produzidas pelo duo Hitmaker (responsáveis pela produção de hits como “Combatchy”, de Anitta, Lexa, Luísa Sonsa e MC Rebecca; “Cheguei”, de Ludmilla; e “Sapequinha”, de Lexa) e por Lucas Vaz.

As faixas “Ela Joga”, com Bivolt e Nith, “Número 1”, com Tainá Costa, “Embalagem”, com Day Limns, e “Cara”, com Marcela Veiga vêm acompanhadas de videoclipes que contam a história de um jogo de videogame e suas próximas fases, repletos de referências de animes, RPG e k-pop. A direção do videoclipe de “Ela Joga”, por sua vez, fica com Ygor de Oliveira, que já colaborou com Giulia Be, Carol Biazin e Day Limns.

A artista explica, em entrevista ao Vida&Arte, que cada música possui um significado. Em “Ela Joga”, a mensagem é sobre as mulheres terem controle de sua vida e jogarem para além do videogame. Em “Número 1”, há a questão do autoconhecimento e do olhar para si.

Já em “Embalagem” existe uma crítica sobre como as pessoas consomem arte de maneira superficial atualmente, sem pensar no que está por trás do processo. “Ninguém pensa, por exemplo, ‘o que estou consumindo?’, ou ‘o que estou trazendo para a minha cabeça?’ e isso deveria ser muito importante”, acrescenta ela.

Carolzinha conta que a última canção, a qual recebe o nome do EP, surgiu de um comentário que leu em uma notificação do Youtube, de um rapaz que dizia “Elas têm mó carinha de quem depende de homem”. A cantora comenta que, mesmo notando a evolução nas pessoas, o mundo ainda é um lugar onde todos estão procurando incessantemente algo para criticar ou julgar. “Então, ‘Cara’ é um compilado de tudo isso, e eu nunca me senti tão forte para carregar esse projeto”, diz.

Questionada sobre as principais diferenças entre a Carol do EP “Pr3vias”, lançado em janeiro deste ano junto de sua irmã e composto por quatro faixas (“Oh Mãe”, “Eu Tô Gostando de Um Menino Aí 2.0”, “Última Mensagem” ft. Kawe e “Quebra-Cabeça” ft. MC Chris), e a Carol de “Cara”, ela afirma que está vivendo uma nova forma de se expressar.

“A Carolzinha do ‘Cara’ vivia dentro de mim, mas era como se eu não trocasse ideia com ela e estivesse há muito tempo querendo sair, era quase uma entidade. Eu tinha muita coisa pra contar e um jeito de me expressar que eu queria colocar pra fora. É realmente algo muito diferente, esteticamente e musicalmente, do que eu e minha equipe vínhamos fazendo. A Carol do ‘Pr3vias’ é literalmente uma prévia da Carolzinha de agora”, finaliza.

O início de Carolzinha

A artista, que iniciou os estudos em Direito e trancou o curso para viver sua música, explica que, no início, sentiu medo do que estaria por vir. “A gente cresce escutando que devemos fazer aquilo que dá dinheiro mas, na verdade, o que dá dinheiro é aquilo que você faz com todo o coração, que você se esforça e se torna um profissional excelente, que as empresas e os lugares não conseguem dispensar um trabalho com você. Entendo hoje que o ganhar dinheiro é a consequência de mostrar seu potencial”, afirma.

Como um talento que cresceu e vem crescendo com a dedicação nas redes sociais, Carolzinha traz à tona o quão o aplicativo TikTok é capaz de criar um sentimento de unidade e conexão entre as pessoas no mundo.

Entretanto, ela discorda de como o mercado artístico vem usufruindo dessas oportunidades. “Sinto que o mercado tem produzido muito já pensando em bombar no TikTok, eu não acho que essa seja a fórmula. Acho que você tem que ser autêntico, passar a sua verdade porque é a verdade que a gente consegue sustentar para sempre, então as pessoas vão se identificar com a real mensagem que você transmite”, ressalta.

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