Suzana Pires lembra experiências na Globo: "tive que tomar remédio"
Suzana Pires, atriz, escritora e roteirista, relatou as experiências conturbadas que vivenciou durante seu período na Rede Globo
A atriz e roteirista Suzana Pires revelou detalhes de seu período de trabalho na Rede Globo. Ela saiu da emissora em que passou alguns anos, mas explicou que vivenciava situações machistas.
Muitos de seus projetos, por exemplo, eram recusados. A artista também teve vários retornos negativos em atividades que se considerava boa.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
"Tive que começar a checar a minha capacidade, porque a minha autoestima já estava em frangalhos. Eu pensava: será que foi um golpe de sorte? Você esquece que tem 20 anos de carreira, estudou, que trabalhou igual a um camelo”, afirmou em entrevista ao Leo Dias, colunista do “Metrópoles”. “Tive que tomar remédio. Isso me tirou o chão, porque você entrega uma coisa e tudo está ruim”, recorda.
Em 2016, ela trabalhou na novela “Sol Nascente” (2016), quando Walther Negrão adoeceu e precisou se ausentar. Suzana Pires, porém, lembra: “Ouvi do interlocutor que eu tinha três problemas. O primeiro é que eu era muito alegre. O segundo é que, com essa alegria, eu conseguia que a equipe fizesse tudo que eu queria. O terceiro era que, com isso, eu acabava pulando processos. Não tinha muito uma explicação, essa foi minha última reunião como autora”.
A artista ainda relata que foi aconselhada a usar roupas que cobrissem o corpo. De acordo com ela, os profissionais da emissora consideravam que a roteirista estava “muito ativista”.
“Às vezes, em reunião, só tinha eu de mulher. Pediam para eu pegar um café. Já cheguei em reunião na Globo e falaram: ‘você é a Suzana Pires, autora?’. Achei que era homônima. ‘Como uma autora de novela vai postar uma foto de biquíni?’. Não postava. Só quando acabou o contrato”, complementa.
Colunistas sempre disponíveis e acessos ilimitados. Assine O POVO+ clicando aqui
Podcast Vida&Arte
O podcast Vida&Arte é destinado a falar sobre temas de cultura. O conteúdo está disponível nas plataformas Spotify, Deezer, iTunes, Google Podcasts e Spreaker. Escute o podcast clicando aqui.