Blackface: saiba por que prática do participante do Mais Você é racista

Integrante da competição "Jogos das Panelas" foi interrompido por Ana Maria Braga na última sexta-feira e pediu desculpas ao vivo nesta segunda (23)

A prática do blackface voltou a pautar a televisão e a internet na última sexta-feira (2), quando um participante do reality "Jogo de Panelas", do programa "Mais Você", apareceu pintado para parecer uma pessoa negra.

O jantar tinha o tema "Um passeio pela África com toque de brasilidade", em homenagem ao continente, e o participante Anderrupson se pintou de negro e usou um figurino de acordo com a temática.

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Ana Maria Braga interrompeu a exibição e convidou uma especialista para explicar o que é o blackface e o porquê a atitude do participante estava errada.

A gente está tentando elucidar aqui para que isso não ocorra "nas festas, nos lugares em que você for. É um comportamento que não deve mais se repetir", disse a apresentadora.

"Foi um recurso muito utilizado pela aristocracia escravagista que fazia da técnica do blackface uma forma de estereotipar, de negar a humanidade das pessoas negras”, explicou Roseane Borges, jornalista convidada por Ana Maria para falar da situação.

Entenda mais sobre blackface

O uso da maquiagem com a intenção de caricaturizar pessoas negras e de outras minorias raciais é um comportamento racista e ofensivo, afirmam especialistas no estudo da História das relações raciais.
A origem da prática, que, em menor intensidade do que nos Estados Unidos, também aconteceu no Brasil, vincula-se à escravidão.

Embora sempre tenha sido vista por pessoas negras como racista, só passou a ser percebida como muito preconceituosa também pela maioria dos brancos a partir do movimento dos direitos civis na década de 1960.

Participantes pediu desculpas

Nesta segunda-feira (23), o Mais Você promoveu a final do Jogo de Panelas de Brasília. A apresentadora deu espaço para Anderrupson se retratar sobre o episódio de blackface que aconteceu no programa.

"Queria pedir licença para fazer uma leitura, pedir desculpas, fiquei envergonhado e arrependido, mas inconscientemente", pediu Anderrupson.

"Bom dia, Brasil, gostaria de me desculpar com todos vocês, pratiquei o blackface sem o mínimo de conhecimento. Não vim me vitimizar, fui agressor inconsciente, mas fui. Quero me solidarizar com todos que sofrem racismo no mundo", continuou.

"Para o racismo, não deve haver livre arbítrio, e se quer politicamente correto. Deve ser combatido de forma intolerante. Não permita nenhuma prática racista em sua casa ou qualquer outro local. Não deixe o racismo entrar", disse o participante.

(Jornal do Commercio para a Rede Nordeste) 

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