Guilherme Kastrup apresenta álbum "Ponto de Mutação" no Cineteatro São Luiz
Kastrup traz sua "música para ouvidos livres" para o Cineatro São Luiz nesta sexta-feira, 25 de março; na data, ele tocará o álbum "Ponto de Mutação"O Cineteatro São Luiz, equipamento da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult-CE), completa 64 anos nesse mês e, por isso, planejou uma programação especial para os fortalezenses com destaque para as artes cênicas, a música e o cinema. No meio dessa comemoração, Guilherme Kastrup se apresentará ao lado de Mona Gadelha, Clau Aniz e Ayla Lemos no show “Kastrup & convidadas” nesta sexta-feira, 25.
Kastrup promete envolver a noite com os seus álbuns solo chamados “Kastrupismo” (2013) e “Ponto de Mutação” (2018). A sua música une diversas sonoridades que variam desde a percussão até o uso de samples com objetivo de criar um som único, construindo uma narrativa que atinge a subjetividade dos seus ouvintes. Não é à toa que o artista classifica as suas obras como “música para ouvidos livres”.
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“Muita gente me pergunta sobre que tipo de gênero a minha música pertence. Uma vez Arnaldo Antunes descreveu a minha música como ‘música para ouvidos livres’ e essa descrição me coube porque é como eu sinto a música. Minha música mistura gêneros diversos e não é uma música de canção, mas também não é totalmente instrumental, pois eu uso muitas vozes faladas e sampleadas, como as do Cartola, do Malcom X, do Mestre Felipe, dentre outros. Então eu misturo elementos da música brasileira tradicional, da música eletrônica, o rock progressivo e fica algo pra dançar, mas também pra refletir”, afirma Kastrup em entrevista para O Povo.
Apesar de ter começado como instrumentista, Kastrup não se limitou a isso e, atualmente, também atua como produtor musical. Ele relata que todos os artistas com quem trabalha ou já trabalhou influenciam profundamente a sua carreira. Com Elza Soares, por exemplo, esteve na produção dos álbuns “Mulher do Fim do Mundo” e “Deus é Mulher”. Sobre os seus processos criativos, o artista abusa da sua liberdade e subjetividade na criação dos seus projetos.
“O meu processo criativo é bem aberto ao público, e eu sempre disponibilizo nas minhas redes sociais. Mais recentemente, tenho feito cursos sobre isso. Eu gosto muito de criar linhas de continuidade com enredos sutis que surgem a partir de pensamentos musicais, rítmicos e poéticos. Assim, eu tento fazer com que o ouvinte mergulhe em um túnel imagético da sua própria subjetividade e saia do espetáculo ou do álbum de uma forma diferente da que entrou”, diz.
Sobre a apresentação no Cineatro São Luiz, o percurssionista traz o seu álbum “Ponto de Mutação” e a sua visão de equidade entre os gêneros feminino e masculino. Desse modo, as convidadas servem de simbologia feminina que agrega ao conceito do seu disco, inspirado no livro de mesmo nome do físico Fritjof Capra. A obra do cientista trata de mudanças sociais com a valorização dos elementos femininos, assim como os masculinos, concepção que norteia a produção mais recente de Kastrup.
“Eu acredito que tanto homens quanto mulheres têm elementos femininos e masculinos dentro de si. Eu não acredito numa separação muito rígida entre os gêneros, como se construiu na sociedade. Acho que as novas gerações já estão encarando essa questão do gênero de uma forma muito mais fluida, pensando sobre o que é o masculino e o feminino e deixando vazar as nossas características naturais de uma forma transitória. Também acredito que há uma polaridade e uma construção social em torno disso que regem a nossa vivência, especialmente quando falamos do patriarcado que induz a competição e a guerra. Há, no outro polo, o lado da sensibilidade, da maternidade no feminino não só nas mulheres, mas em todos nós. Se a gente aprender a valorizar e reconhecer esses paradigmas, vamos conseguir construir uma sociedade mais justa e equilibrada”, reflete.
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Show “Kastrup & Convidadas”
Quando: sexta-feira, 25, às 20 horas
Onde: Cineteatro São Luiz
Quanto: Os preços variam entre R$30 (inteira) e R$15 (meia)
Mais informações: ingressos podem ser adquiridos pelo site Sympla
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