Diretor de "Viramundo", cineasta baiano Geraldo Sarno morre aos 83 anos

Morreu por complicações da Covid-19 na noite da última terça-feira, 22, o diretor de cinema e roteirista baiano Geraldo Sarno. Ele estava internado há um mês no hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro. O cineasta já havia recebido três doses da vacina contra a doença e completaria 84 anos em 6 de março.

Nascido em Poções (BA), Sarno foi um nome importante para o cinema brasileiro e responsável pelo clássico “Viramundo” (1964/1965), que retrata a migração de trabalhadores nordestinos para São Paulo. Ele também ficou conhecido por abordar em suas produções assuntos como religiosidade, movimento migratório e cultura popular.

Seu último filme foi “Sertânia” (2019), produção da cearense Cariri Filmes. O longa apresenta o protagonista Antão “na iminência da morte, entrando em processo de delírio e fluxo de memórias e consciência”, como escreveu o jornalista do Vida&Arte e crítico de cinema João Gabriel Tréz em matéria sobre o trabalho. A obra chegou a passar pelo Festival de Havana, pela Mostra de Tiradentes e pelo Festival Ecrã.

Outros três longas-metragens se destacam na trajetória de Sarno, sendo eles “Coronel Delmiro Gouveia” (1977), “Tudo Isto Me Parece Um Sonho” (2008) - que conquistou o prêmio de Melhor Direção no Festival de Brasília - e “O Último Romance de Balzac” (2010).

Como aponta o site Linguagem do Cinema, que reúne o acervo das produções realizadas pelo cineasta, esses são filmes “que indicam o desenvolvimento renovado e evolutivo de uma relação criativa entre a ficção e o documental”. O endereço eletrônico tinha a curadoria de conteúdo do diretor.

Geraldo Sarno também idealizou a série que leva o mesmo nome do site que faz o levantamento de seus trabalhos. Nela, realizou entrevistas com 22 diretores brasileiros, entre eles Walter Salles, Júlio Bressane, Carlos Reichenbach e Ruy Guerra.

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