Após ser banida nos EUA, HQ "Maus" lidera lista de vendas da Amazon
Os motivos alegados para a censura foram as presenças de "linguagem imprópria" - com palavrões - e desenhos de uma mulher nua
11:28 | Jan. 31, 2022
Depois de sofrer banimento pelo conselho escolar de um condado em Tennessee, nos Estados Unidos, a HQ “Maus” entrou no topo da lista das obras literárias mais vendidas da Amazon americana. Além disso, outras três edições da produção figuram no top 20 de vendas da empresa. No Brasil, a graphic novel também está no ranking de mais vendidos da plataforma, ocupando, até a publicação desta matéria, a 31ª posição.
A votação para a proibição da história em quadrinhos da lista de leituras recomendadas para alunos da rede pública ocorreu em 10 de janeiro e seria aplicada para a estrutura curricular de turmas da oitava série. Os motivos alegados pelo conselho da McMinn Country School para a censura foram as presenças de “linguagem imprópria” - com palavrões - e desenhos de uma mulher nua. Nesse caso, trata-se de um quadro em que o autor, Art Spiegelman, ilustra o suicídio de sua mãe.
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Segundo os responsáveis pela censura, o banimento não estaria relacionado ao holocausto. A escolha foi unânime, com dez votos. A decisão foi criticada pelo próprio autor da obra e por outros escritores, como o britânico Neil Gaiman - responsável por livros como “Coraline” e “Deuses Americanos”. “Só há um tipo de pessoa que baniria ‘Maus’, seja qual for o nome pelo qual eles estão se chamando atualmente”, disse Gaiman em seu Twitter.
Escrita por Art Spiegelman, a graphic novel foi publicada na década de 1980 e apresenta a história de seus pais, Vladek e Anja Spiegelman, que sobreviveram ao holocausto depois de serem enviados para o campo de concentração de Auschwitz. Na obra, os judeus são representados por ratos e os nazistas por gatos. “Maus” venceu o Prêmio Pulitzer em 1992 e foi a primeira história em quadrinho a alcançar a conquista.
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