Vaga de emprego para minorias gera perseguição a podcaster

O caso aconteceu após a empresária abrir uma vaga em sua empresa para mulheres pretas, pardas e indígenas

Na última segunda-feira, 10 de janeiro, Déia Freitas, criadora do podcast "Não Inviabilize", publicou uma vaga de "Assistente de Roteiro" para sua empresa. Os requisitos incluem que a pessoa fosse uma mulher cis, trans ou travesti e que fosse preta, parda ou indígena. Apesar de alguns internautas terem apoiado a ideia, a empresária recebeu diversas críticas de "racismo reverso".

Déia é psicóloga, escritora e roteirista e iniciou seu podcast em 2020, no qual narra histórias de seus ouvintes sobre relacionamentos, emprego e família. Com o intuito de dar oportunidade às pessoas menos favorecidas, ela criou os requisitos da vaga envolvendo gênero e raça. "Tem uns caras falando que vão me processar, porque tô discriminando gente branca e homens, estão printando o texto da vaga junto com uma lei aí", disse no Twitter.

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No anúncio da vaga, Déia também anunciou que o salário seria de R$ 5 mil, o que gerou comentários de que a empresária estaria envolvida em coisas ilícitas por conta do valor. "Todo mundo que trabalha comigo ganha nessa faixa ou mais, eu tô sempre aumentando o valor que a galera ganha, dou bônus, etc. Porque entendo que eu cresço = todo mundo cresce, daí posto uma vaga com valor ok de mercado e sou chamada de bandida que mexe com coisa errada!", desabafou.

"A ideia com a divulgação da vaga foi ser transparente e já adiantar o quanto paga pra geral não perder tempo, se não se interessar. O resultado: ódio gratuito no twitter, a vaga printada em grupos do facebook com gente me ameaçando, gente tentando invadir o e-mail da vaga no google", declarou.

Déia ainda disse que iria expor todas as pessoas que a estão acusando. "Eu não estou sendo atacada por bolsonaristas, nem pela direita, uma gente que nem conheço da esquerda é que está espalhando mentiras sobre mim. Acusações graves! Se tem peito pra falar mentira sobre mim no aberto, então tem peito pros próprios amiguinhos presenciarem a patifaria", comentou.

"Não devo nada pra ninguém aqui, nunca devi e isso incomoda. Eu saí de uma pessoa que precisou receber auxílio emergencial no começo da pandemia, pra alguém que tem uma equipe grande, paga OK e pode contratar! Tudo isso num ofício que existiu a vida toda: contação de histórias", ressaltou. "Agora vamos concordar que é curioso que liguem o meu destaque profissional a coisas ilícitas e me pintem automaticamente como uma pessoa pouco confiável, uma bandida, uma estelionatária, no momento que tô ganhando dinheiro e fazendo esse dinheiro circular, isso é né? Reflitam...", escreveu.

Após toda a repercussão, ela anunciou que continua recebendo currículos para a vaga até o dia 16 de janeiro, mas que irá se afastar das redes sociais por conta dos ataques. "Vou me afastar um pouco das redes porque agora a notícia chegou nos bozos e tá muito difícil pra mim", declarou.

— Déia Freitas (@NaoInviabilize) January 10, 2022

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Vida e Arte Déia Freitas Não Inviabilize racismo reverso

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