"Nasci cancelada", diz Nany People ao discordar de linguagem neutra
Desde a infância até os dias atuais, a artista narra como sofreu preconceitos por ser quem é e por sua opinião
11:36 | Dez. 22, 2021
Aos 56 anos, Nany People está na novela das sete "Quanto mais vida melhor" da TV Globo, foi vice-campeã do reality "LOL: Se Rir Já Era" do Amazon Prime Video, está no filme "Barraco de Família", previsto para estrear no próximo ano, e integra a 9ª temporada do "Vai Que Cola", do Multishow. Com um currículo extenso e gerenciando a própria carreira, a artista reflete sobre sua trajetória e comunidade LGBTQIA+ em entrevista a Uol.
O nome escolhido veio de uma homenagem à atriz Nani Venâncio, famosa por conta da abertura da novela "Pantanal", e People foi uma sugestão de uma amiga drag que dizia "A Nany é do povo". Desde criança sonhava em ser artista e contou com o apoio da mãe para iniciar a carreira.
Leia mais
-
"Vai dar certo - para quem?": Confira crítica sobre Bienal de Dança do Ceará
-
Netflix: o que esperar da segunda temporada de "Emily in Paris"
-
Filme brasileiro "Deserto Particular" fica de fora do Oscar; veja pré-lista
-
"Linhas da Serra": Projeto incentiva turismo em Guaramiranga
-
Harry Potter: "Quadribol" busca novo nome para romper com J.K. Rowling
Registrada com o sexo masculino ao nascer, Nany People foi obrigada a passar por um tratamento psiquiátrico dos dez aos dezoito anos para "deixar de ser veado", como ela mesma diz. Mas em 2003, assumiu a identidade com a qual se reconhece.
"Nasci cancelada antes de inventarem o cancelamento", afirmou. Apesar de fazer críticas ao poder público com relação a proteção da comunidade LGBTQIA+, ela afirma que é atacada dentro da própria comunidade. "Se estou com 56 anos e consegui me aposentar, ser respeitada e ter uma agenda crível e lotada, é sinal de que estou fazendo o dever de casa certo. Se isso não é militar, não sei o que é militar para você", declarou.
Apesar de pertencer a comunidade, ela não concorda com todas as pautas, como por exemplo o uso de pronomes neutros para pessoas não-binárias. "As pessoas acham que você tem que rezar o vocabulário que elas estão ditando na hora. O respeito está acima disso. Eu lutei por 18 anos para ter o meu nome Nany People nos documentos. A minha identidade de gênero nunca foi desrespeitada em todo esse tempo, independentemente de TV ou não", afirma.
Colunistas sempre disponíveis e acessos ilimitados. Assine O POVO+ clicando aqui
Podcast Vida&Arte
O podcast Vida&Arte é destinado a falar sobre temas de cultura. O conteúdo está disponível nas plataformas Spotify, Deezer, iTunes, Google Podcasts e Spreaker.