Escritora e pesquisadora bell hooks morre aos 69 anos

bell hooks, escritora e pesquisadora sobre as questões de gênero e raça, morreu nesta quarta-feira, 15 de dezembro, aos 69 anos

bell hooks, escritora, pesquisadora e professora estadunidense, morreu nesta quarta-feira, 15 de dezembro, aos 69 anos. Ela estava em sua casa, em Berea, no estado de Kentucky, quando faleceu, mas a causa de morte ainda não foi divulgada. As informações são do jornal Lexington Herald-Leader.

De acordo com um texto divulgado à imprensa por sua sobrinha, Ebony Motley, a autora já estava doente há algum tempo. Ela estava com seus amigos e familiares próximos quando morreu.

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bell hooks, pseudônimo de Gloria Jean Watkins, ganhou reconhecimento internacional por seu trabalho que relaciona as questões de raça, gênero e capitalismo. Ela, que defendia um pensamento feminista negro, escreveu mais de 30 livros durante a carreira.

A autora optou por “bell hooks” em homenagem à sua bisavó Bell Blair Hooks, que era, segundo a escritora, a pessoa que merecia letras maiúsculas. O minúsculo é utilizado para demonstrar que o foco deve ser nas pesquisas e nos escritos e não em quem os produz.

Nascida como uma mulher negra no sul dos Estados Unidos, na década de 1950, cresceu em um contexto de segregação racial e em meio ao domínio patriarcal. Filha de uma família trabalhadora (seu pai era zelador e sua mãe era empregada doméstica), seguiu carreira acadêmica e buscou em seus textos uma linguagem acessível a todos.

Em sua trajetória, passou pela literatura, pela poesia e pelos escritos acadêmicos. Em 1981, publicou o livro “E eu não sou mulher? Mulheres Negras e Feminismo”, em que aborda as consequências do racismo e do sexismo em mulheres negras até a década de 1970.

Outras obras foram “Tudo sobre o amor: novas perspectivas” (2021), “Ensinando a transgredir: A educação como prática da liberdade” (1994), “O feminismo é para todo mundo: Políticas arrebatadoras” (2000) e “Ensinando Pensamento Crítico: Sabedoria Prática” (2009).

Homenagens

Várias personalidades da cultura e da academia fizeram homenagens à bell hooks em suas redes sociais. O rapper Emicida escreveu: “Bell hooks gigante. Descanse em paz. Obrigado por partilhar sua luz com o mundo!”.

Winnie Bueno, idealizadora da “Winnieteca” também disse: “O feminismo negro está de luto. A teoria critica está de luto. A filosofia está de luto. A educação está de luto. Todos aqueles que acreditam em uma sociedade sem barreiras deveriam estar de luto. Que os ancestrais te acolham, bell hooks”.

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