Fábio Porchat critica "frágil argumento de mamata" de governo Bolsonaro
Em entrevista à Sputnik Brasil, Porchat fez críticas a postura do presidente durante a pandemia e o desmonte na culturaEm Portugal, Fábio Porchat concedeu a uma entrevista a Sputnik Brasil. Apesar de ser conhecido por seu trabalho no humor, tirando risadas do público, o apresentador abordou assuntos nada engraçados. Porchat abordou o desmonte da cultura no Brasil, a morte de Paulo Gustavo e as eleições de 2022.
Ao ser relembrado da morte de Paulo Gustavo, Porchat declarou que o Brasil perdeu sua mãe, fazendo uma referência a personagem Dona Hermínia de "Minha Mãe É Uma Peça". O humorista ressaltou que mesmo Paulo Gustavo tendo acesso a informação e dinheiro, foi afetado pela Covid-19. Para ele, é uma doença que não escolhe pessoas.
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O apresentador acredita que a vacinação poderia ter salvado a vida do colega e criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro ao ir contra a imunização, lockdown e máscaras. Para ele, a quantidade de pessoas mortas no país em decorrência da Covid-19 é consequência da má gestão de Bolsonaro.
Apesar da situação atual, Porchat acredita que há esperanças. Ele fala com alívio sobre as pesquisas que mostram queda na popularidade de Bolsonaro. "As pessoas já estão entendendo que o Bolsonaro é um mal, que não sabe o que faz, não sabe o que está acontecendo, não sabe o que fazer. Muito pelo contrário, tudo em que ele acredita é aquilo que faz mal ao povo, faz mal ao país. Foi uma fatalidade o que aconteceu".
Porchat também afirmou que houve um desmoronamento cultural durante o governo Bolsonaro e criticou a atuação de Regina Duarte e Mário Frias na Secretaria Especial da Cultura. "Eu acho a Regina equivocada. E acho que no Mário Frias há método. É uma pessoa que pensa no desmonte da cultura. A Regina, não. A Regina foi uma coitada, com intenções equivocadas. O Mário Frias é uma pessoa que quer o desmonte da cultura. Todos eles com o frágil argumento de mamata, fazendo do artista um inimigo da população, quando, na verdade, o artista é a voz da população. A cultura é a voz de um povo, dizendo o que acontece e o que ainda não acontece", declarou.
Para ele, o governo Bolsonaro é formado por pessoas "recalcadas e com raiva", que usam o poder público para se vingar. "O Bolsonaro é um governo que se vinga. Tanto que o Bolsonaro nunca teve um propósito. Ele sempre foi o contrário: "Eu não vou ser assim, eu não vou fazer isso". Ele nunca disse o que ele ia fazer. Na economia? "Eu não entendo nada de economia". E na cultura? "Não vai ser como eles!". Ele nunca aponta o que vai ser, só aponta o que não vai ser. É um governo que não tem a menor ideia do que vai fazer", afirmou.
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