Juliana Caldas critica piadas capacitistas do filme "Amor Sem Medidas"
Lançado em 2021 na Netflix, o longa é protagonizado por Leandro Hassum e Juliana PaesA atriz Juliana Caldas desabafou na internet após assistir ao filme "Amor Sem Medida" da Netflix, protagonizado por Juliana Paes e Leandro Hassum. No enredo, uma mulher se relaciona com um homem de baixa estatura. Juliana Caldas não gostou da proposta e criticou a produção por fazer piada de pessoas com nanismo.
Conhecida por interpretar a personagem Estela na novela "O Outro Lado do Paraíso" (2017), a atriz apontou que o longa traz piadas capacitistas e preconceito contra PcD (pessoa com deficiência). "Não dá mais para aceitar hoje um filme que faz você sentar e rir disso, rir dos outros, rir da condição do outro, sabe? No caso, né, da deficiência do nanismo", afirmou.
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"A gente fala tanto hoje em dia sobre a importância da representatividade no mundo. Nesse sentido de representatividade, eu não me senti em nenhum momento do filme representada", declarou. "Primeiro porque a pessoa que faz o personagem que tem nanismo, o ator não tem nanismo, que é o próprio Leandro Hassum. Eles fizeram computação gráfica, diminuíram [o Hassum] em computação gráfica, essas coisas, para mostrar que ele tem baixa estatura", pontuou.
"E, depois disso, a maior parte do filme tem piadas totalmente capacitistas, totalmente preconceituosas e que, cara, não dá para aceitar hoje em dia", declarou. A artista ainda ressaltou que se o filme trouxesse piadas racistas, homofóbicas ou gordofóbicas, o assunto seria levado mais a sério.
"O filme é de humor. Quando a gente fala sobre o nanismo, a maior parte das vezes é nessa forma de piada e totalmente capacitista e preconceituosa. O nanismo é considerado uma deficiência. Aí você rir disso hoje em dia não dá mais para aceitar", disse.
A atriz ainda comparou a produção com a novela de Walcyr Carrasco, que segundo ela, soube abordar o tema corretamente. "Na minha opinião, não se dava margem e abertura para você rir disso. Pelo contrário. [Na novela] Se dava abertura de você questionar, sim, sobre muitas coisas e para pensar o quanto isso fere o próximo. Você é chamado de monstrengo, você comparando ou infantilizando a pessoa com nanismo", afirmou.
Ela lembrou uma das piadas feitas no longa que para ela foi um dos piores momentos. "Uma das abordagens do filme é comparar o órgão sexual masculino do cara com o tamanho dele. É um absurdo, a gente tenta lutar por respeito, pelo nosso espaço. Por exemplo, um espaço que poderia ter tido um ator realmente com nanismo no filme não teve".
Juliana ressaltou que o dia 3 de dezembro é o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, mas ainda falta empatia e respeito ao tratar pessoas com nanismo.
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