Chorão se endividou para adquirir direitos do Charlie Brown Jr, diz filho

Em entrevista ao portal G1, o filho de Chorão, Alexandre Abrão, contou sobre dívida "impagável" deixada pelo pai e sua relação conturbada com os guitarristas do Charlie Brown Jr. Saiba mais

20:19 | Nov. 26, 2021

Por: Mateus Brisa
Em 2005, Chorão fez uma grande dívida como forma de levantar fundos para comprar dos outros músicos os direitos da Charlie Brown Jr, segundo relatou filho do cantor (foto: Reprodução/Instagram)

O cantor e compositor Chorão morreu na madrugada de 6 de março de 2013, em seu apartamento no bairro de Pinheiros, em São Paulo, vítima de uma overdose de cocaína. Após sua morte, quem assumiu parte dos negócios relacionados à banda Charlie Brown Jr, em que Chorão atuou como vocalista, foi seu filho, Alexandre Abrão. Porém, a tarefa não é fácil, segundo relatou o descendente em entrevista ao portal G1.

Em 2005, Chorão fez uma dívida “impagável” como forma de levantar fundos para comprar dos outros músicos os direitos da banda. O débito continua sendo pago até hoje, contou Alexandre, porque “retém os direitos artísticos”. Seu pai queria seguir carreira solo naquele ano, mas foi impedido por sua gravadora, a EMI Music. “Tu é o Charlie Brown, não é o Chorão”, ele foi relembrado.

Um dos desafios mais recentes para o filho de Chorão tem sido sua relação com os outros integrantes do Charlie Brown Jr. Os guitarristas Marcão e Thiago Castranho saíram de projetos envolvendo a antiga banda, tentaram registrar marcas com o nome do grupo e chegaram a abrir processo na Justiça sem conversar antes, disse Alexandre.

Foi neste ano que os dois artistas cortaram de vez relações com o filho de Chorão. Pouco depois, os dois divulgaram notas sobre o acontecimento. “Infelizmente, o ego, a vaidade e a ganância falaram mais alto que uma parceria coerente e honesta”, escreveram. Alexandre relatou que, em 2016, Thiago o trancou em um banheiro, colocou o dedo em seu rosto e disse: “Vou tirar o nome do Charlie Brown de você”. A ameaça aconteceu, na visão de Alexandre, após o guitarrista saber que a turnê dos ex-integrantes do Legião Urbana ter sido bem sucedida sem o envolvimento do filho de Renato Russo.

Alexandre diz se sentir honrado de cuidar do trabalho do pai, mesmo em meio a essas situações negativas, que acabaram se tornando um fardo. Ele faz acompanhamento psicológico desde 2013, quando Chorão morreu. O trabalho também toma seu tempo: “Hoje eu fico praticamente 100% do tempo focado no Charlie Brown. É 24 horas por dia, 7 dias por semana, não tenho feriado nem final de semana. Como a gente lida com entretenimento, música, vídeo, rede social, é sempre uma coisa madrugada adentro e de manhã cedo continua”.