Com cearense, veja filmes inscritos para representar o Brasil no Oscar

15 títulos estão na pré-lista de filmes que podem representar o Brasil no Oscar 2022. Entre as obras, está o cearense "Cabeça de Nêgo"

18:37 | Out. 14, 2021

Por: Clara Menezes
O filme cearense 'Cabeça de Nego', de Déo Cardoso, está na pré-seleção do representante brasileiro para o Oscar 2022 (foto: Marcos K Hirano)

Todos os anos, a Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais escolhe um filme para representar o Brasil na categoria de “Melhor Filme Estrangeiro”, no Oscar. Para a edição de 2022 de uma das maiores premiações de cinema, 15 longas-metragens nacionais estão na lista de possíveis representantes.

Entre as obras, está o cearense “Cabeça de Nêgo”, dirigido por Déo Cardoso. A obra audiovisual, que conta com produção da Corte Seco Filmes, tem Lucas Limeira, Nicoly Mota, Larissa Goés, Val Perré e Jéssica Ellen no elenco de protagonistas.

A história acompanha Saulo, um jovem que tenta impor mudanças em sua escola após ler um livro dos Panteras Negras, organização urbana e política que surgiu na década de 1960 em prol da luta pelos direitos dos afro-americanos.

Ele, porém, enfrenta conflitos com colegas e professores por causa da tentativa de transformação. Ao reagir a um insulto racista, é expulso da escola, mas decide permanecer no local. Sua imposição gera uma mobilização entre os estudantes.

“Já faz um tempo que o Brasil não manda um filme para a categoria ‘Melhor Filme Estrangeiro’. É muito difícil, é um processo bem criterioso, complicado, mas cada país precisa mandar um… O ‘Cabeça de Nêgo’ está entre os 15 que o comitê da Academia Brasileira de Cinema vai ter que escolher. São 15 'filmaços', alguns deles eu já assisti. O páreo é duro. Fico feliz só de ter esse reconhecimento”, afirma Déo Cardoso.

“Desses 15, cinco foram dirigidos por pessoas pretas. A meu ver, é um avanço. Ainda é pouco. Nós somos 56% da população brasileira. Não somos nem 50% dos indicados. Mas, de toda forma, estamos chegando”, reflete o diretor.

Ele reafirma que está feliz pelo reconhecimento do filme, principalmente, ao analisar o que a obra audiovisual representa no momento histórico atual. “Foram vários retrocessos econômicos, sociais… Infelizmente, estamos com estatísticas gritantes de fome e racismo. Que esses filmes reverberem e façam as pessoas refletirem e pensarem. Mas, antes de tudo, eles precisam chegar às pessoas”.

Outro título que está em análise é “7 Prisioneiros”, dirigido por Alexandre Moratto. Longa-metragem com Christian Malheiros, Rodrigo Santoro e Cecília Homem de Mello conta a história de Mateus, um jovem que decide trabalhar em um ferro-velho para ajudar a família.

Ele, porém, enfrenta condições de trabalho análogas à escravidão. Ao lado de vários garotos de idade semelhante, é forçado a continuar nesta situação para tentar auxiliar seus familiares financeiramente.

Algumas das obras que estão na lista de filmes são: “A Nuvem Rosa”, de Iuli Gerbase; “A Última Floresta”, de Luiz Bolognesi; “Callado”, de Emilia Silveira”; “Carro Rei”, de Renata Pinheiro”; “Medida Provisória”, de Lázaro Ramos; e outros.

O Comitê Brasileiro de Seleção, pertencente à Academia Brasileira de Cinemas, vai escolher o representante oficial nesta sexta-feira, 15 de outubro. Na data, o grupo fará uma reunião para decidir o título do Brasil e divulgará a informação em suas redes sociais.

Pré-lista de filmes brasileiros

- “Cabeça de Nêgo”, de Déo Cardoso
- “7 Prisioneiros”, de Alexandre Moratto
- “A Nuvem Rosa”, de Iuli Gerbase
- “A Última Floresta”, de Luiz Bolognesi
- “Callado”, de Emilia Silveira
- “Carro Rei”, de Renata Pinheiro
- “Cavalo”, de Rafhael Barbosa e Werner Salles
- “Deserto Particular”, de Aly Muritiba
- “Doutor Gama”, de Jeferson De
- “Limiar”, de Coraci Ruiz
- “Medida Provisória”, de Lázaro Ramos
- “Meu Nome é Bagdá”, de Silvana Marcondes
- “Por Que Você não Chora?”, de Cibele Amaral
- “Selvagem”, de Diego da Costa
- “Um Dia com Jerusa”, de Viviane Ferreira

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