25 anos sem Renato Russo: filmes e livros para conhecer o artista

O cantor e compositor Renato Russo, membro da banda de rock "Legião Urbana", falecia há 25 anos, no dia 11 de outubro de 1996. Veja obras para se aprofundar na história do artista

10:00 | Out. 09, 2021

Por: Clara Menezes
Renato Russo faleceu há 25 anos, no dia 11 de outubro de 1996 (foto: Reprodução/ Legião Urbana Produções)

Quando Renato Russo (1960 - 1996), ao lado da banda de rock Legião Urbana, entoou “Que país é esse” pela primeira vez, talvez ainda não soubesse que aquilo viraria um questionamento recorrente das gerações futuras. Lançada no fim da década de 1980 em um País recém-saído da ditadura militar (1964 - 1985), cantou: “Nas favelas, no senado/ Sujeira pra todo lado/ Ninguém respeita a constituição/ Mas todos acreditam no futuro da nação/ Que país é esse?”.

Os jovens brasileiros de hoje, vivendo em meio a uma crise econômica e uma pandemia, também conseguem se conectar com outra letra sua, “O Teatro dos Vampiros”: “Vamos sair mas não temos mais dinheiro/ Os meus amigos todos estão procurando emprego/ Voltamos a viver como há dez anos atrás/ E a cada hora que passa/ Envelhecemos dez semanas”.

O cantor e compositor brasileiro morreu há 25 anos, no dia 11 de outubro de 1996, por consequências da Aids. Mesmo assim, suas composições permanecem populares. “Tempo Perdido”, “Faroeste Caboclo”, “Pais e Filhos”, “Eduardo e Mônica”, “Quase Sem Querer” e “Ainda é Cedo” são exemplos de composições que, décadas depois, continuam a tocar em rádios e ser temas de pesquisa e produções artísticas. Em homenagem aos artista carioca, o Vida&Arte fez uma lista com algumas obras para se aprofundar no trabalho dele.

Rock Brasília - Era de Ouro

O documentário dirigido por Vladimir Carvalho traça o cenário da música de Brasília na década de 1980. A partir disso, mostra como o rock se formou na capital federal com suas bandas embrionárias até os grandes sucessos, como Legião Urbana e Capital Inicial. Conteúdo traz depoimentos de vários músicos e familiares de artistas para detalhar a denominada “Era de Ouro” da cidade.
Onde: Looke e Canal Curta TV!

Somos Tão Jovens

O filme de drama musical leva a trajetória de Renato Russo para os cinemas. “Somos Tão Jovens” (2013), dirigido por Antonio Carlos da Fontoura, acompanha Renato (Thiago Mendonça) a partir de 1973, quando ele se muda com a família do Rio de Janeiro para Brasília. Na época, sofria de epifisiólise, uma doença óssea rara que o deixou em uma cadeira de rodas depois de fazer uma cirurgia. No período em que foi obrigado a ficar em casa, o jovem começou a se interessar pela música e passou a se envolver com o cenário musical brasiliense.
Onde: Telecine Play

Faroeste Caboclo

A música “Faroeste Caboclo” tem pouco mais de nove minutos e conta a história de João de Santo Cristo, um jovem que vê toda sua família ser morta e decide se mudar para Salvador. No lugar, é levado para Brasília, onde enfrenta problemas econômicos e se torna traficante. Ele se apaixona por uma mulher, que se envolve com um traficante rival. O protagonista, então, marca um duelo com o outro homem e morre com um tiro nas costas. Essa narrativa serviu de inspiração para o longa-metragem homônimo dirigido por René Sampaio e protagonizado por Fabrício Boliveira e Isis Valverde. O enredo tem os mesmos elementos da música original.
Onde: Globoplay

Renato, O Russo

Neste livro, a escritora Julliany Mucury se aprofunda nas questões que fariam de Renato Russo um poeta. A autora estava em um evento sobre o cantor quando se deparou com a pergunta: “ele era um poeta?”. Com isso, encontrou o mote para o projeto de pesquisa de seu doutorado na Universidade de Brasília (UnB). Mais de uma década depois, esse trabalho está sendo publicado pela Garota FM Books.

A obra, que percorre desde o início da carreira do cantor, é o resultado de pesquisas em biografias, escritos pessoais e trabalhos acadêmicos. Ela estudou todas as letras, mas focou em 29 que são de autoria exclusiva do compositor.

Renato Russo - O filho da revolução

Carlos Marcelo se debruça em mais de 100 entrevistas e pesquisas realizadas durante nove anos. Nesta biografia, os leitores entendem como Renato Manfredini Júnior se tornou “Renato Russo”, um dos maiores nomes do rock brasileiros. Rascunhos de músicas de sucesso e depoimentos de integrantes do Legião Urbana, Capital Inicial, Paralamas do Sucesso e Titãs são alguns dos conteúdos disponíveis. Também mostra como a ditadura militar afetou as vivências do cantor.

Só Por Hoje e Para Sempre

O livro “Só Por Hoje e Para Sempre”, escrito pelo próprio Renato Russo, se aprofunda no período em que passou em uma clínica de reabilitação no Rio de Janeiro com o objetivo de se desvencilhar do vício em álcool e em drogas. Com pouco menos de um mês no lugar, fez reflexões sobre sua vida pessoal e sua produção artística, que reverberam nas letras posteriores.

Essa obra, publicada apenas postumamente por pedido do artista, mostra os esforços que colocou para se recuperar. O contexto desse momento está exposto, em partes, na música “Vinte e nove”: “Perdi vinte em vinte e nove amizades/ Por conta de uma pedra em minhas mãos/ Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes/ Estou aprendendo a viver sem você/ Já que você não me quer mais/ Passei vinte e nove meses num navio/ E vinte e nove dias na prisão/ E aos vinte e nove com o retorno de Saturno/ Decidi começar a viver/ Quando você deixou de me amar/ Aprendi a perdoar/ E a pedir perdão/ E vinte e nove anjos me saudaram/E tive vinte e nove amigos outra vez”.

Discobiografia legionária

O livro de Chris Fuscaldo faz um resgate das histórias por trás de músicas famosas da banda Legião Urbana, como “Pais e Filhos” e “Eduardo e Mônica”. Obra busca homenagear um dos grupos de rock mais populares do Brasil.

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