Com Camila Cabello, "Cinderela" entrelaça temáticas atuais e conto de fadas

O filme "Cinderela", dirigido por Kay Cannon e protagonizado por Camila Cabello, estreia nesta sexta-feira, 3 de setembro, no Amazon Prime Video

Os contos de fadas tradicionais têm histórias que, apesar de clássicas, não fazem tanto sentido quando colocadas em um contexto atual. A narrativa - quase sempre - acompanha uma jovem que enfrenta vários problemas e, com a ajuda de seres mágicos, encontra a felicidade personificada na figura de um homem. Ariel, Branca de Neve, Bela e Rapunzel são algumas dessas princesas. Mas, há alguns anos, essa situação mudou: Moana, por exemplo, é uma personagem da Disney que tem como missão salvar o seu povo e explorar o oceano para buscar sua alegria. Agora, o enredo também se transforma com o filme "Cinderela", dirigido por Kay Cannon, que estreia nesta sexta-feira, 3 de setembro, no Amazon Prime Video.

O longa-metragem traz elementos da narrativa original e mistura com questões próprias da sociedade do século XXI. Um príncipe precisa encontrar uma mulher para se casar e ocupar o posto de rei. O membro da realeza, então, se apaixona por Ela, uma órfã que vive no porão da casa da madrasta e que tem três ratos como únicos companheiros. A personagem, porém, passa por adversidades com sua família, que a proíbe de viver com os poucos luxos das duas meias-irmãs. Até aqui, tudo é semelhante.

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Entretanto, são os detalhes que diferenciam a nova obra "Cinderela" das adaptações que já foram lançadas anteriormente. A fada madrinha é Fab G, vivido por Billy Porter ("Pose"). Apesar do pouco tempo de tela, o ator marca presença com sua personalidade que extrapola os limites da realidade e da ficção. Não só: ele utiliza o melhor figurino do filme, com um vestido dourado e brilhante que nem mesmo Ela pensaria em produzir.

A protagonista também adquire traços que a diferenciam da história tradicional. A jovem não está interessada em se casar ou, pelo menos, não é seu objetivo principal. Seu único sonho é honrar a memória dos pais que faleceram. Para isso, passa seus dias trabalhando em elaborar figurinos, comprar tecidos e costurar vestidos. Quer ter a própria loja, mas, no lugar em que vive, apenas homens podem abrir negócios.

Em um dos dias que tenta chamar atenção para si para construir o próprio nome entre a população, conhece o príncipe Robert, que também vive com seus problemas individuais. Ele não quer ser rei e acredita que nunca firmará um relacionamento sério, pois é assombrado pelo medo de que seu casamento se torne parecido com o dos pais. Tampouco possui grandes metas de vida. Ao mesmo tempo que a ambição não é uma das características de seu perfil, isso é compensado na figura da irmã Gwen. Esta, por outro lado, tem muitos planos para o futuro de seu reinado, mas não ganha a oportunidade de assumir o posto do pai por não ser um homem.

"Cinderela" torna-se, portanto, uma representação da vida real. É uma mensagem de esperança para o público infantojuventil que está cada vez mais acostumado a ver mulheres independentes como protagonistas de suas próprias histórias. Os homens, quando aparecem, apenas se adaptam e aceitam sem questionar as ambições da personagem principal. Até certo ponto, é assim que deve ser.

Para além da representatividade, um dos grandes destaques é a atuação de Camila Cabello. Esse é o primeiro trabalho da artista como atriz. Mesmo com a pouca experiência, consegue entregar uma atuação espontânea. Estar em um musical ajuda: a cantora cubano-americana indicada a algumas categorias no Grammy impõe seu vocal com tranquilidade. Mas ela também torna agradável cenas clichês e, por vezes, esquisitas. Uma dança sem tanta técnica, por exemplo, é aceitável por causa de seu carisma.

No longa-metragem, canções populares recebem novas versões, como "Material Girl", de Madonna, "Am I Wrong", de Nico & Vinz, "Somebody To Love", de Queen, "Whatta Man", de Salt-N-Pepa, e "7 Nation Army", de The White Stripes. Algumas não são tão boas quanto outras, mas isso não impede que a magia dos contos de fadas permaneça presente. Para quem ama esse estilo de narrativa, tudo está incluso: os figurinos impecáveis, as músicas, as danças e, é claro, a ideia de que o amor sempre vence.

Cinderela

Quando: estreia amanhã, 3 de setembro
Onde: Amazon Prime Video

 

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