Há 200 anos nascia Louis Vuitton, rei das malas
00:02 | Ago. 10, 2021
Por: DW
Ele chegou a Paris de bolsos vazios aos 16 anos. Mas com habilidade e estilo, Louis Vuitton revolucionou o mundo das malas e ergueu um império com sua grife. Hoje suas iniciais são sinônimo de acessórios de luxo.Louis Vuitton nasceu em 4 de agosto de 1821 em um vilarejo no leste da França. Quando adolescente, partiu para Paris, a pé, contra a vontade de seu pai. De origem humilde, foi fazendo bicos pelo caminho até chegar à capital francesa, aos 16 anos.
Em Paris, Louis foi aprendiz do respeitado fabricante de malas Romain Marchéal. O rapaz rapidamente provou seu talento: foi apreciado por sua excepcional habilidade artesanal e contratado pela imperatriz Eugine como exclusivo empacotador de malas. Em 1854, aos 33 anos, montou seu próprio negócio: nascia a marca Louis Vuitton Malletier.Desde o início, ele se dedicou, em vez de produtos batidos e sem graça, a artigos nobres de luxo que correspondiam ao espírito da época. Enquanto empacotador de malas na corte de Napoleão 3º, aprendeu como os poderosos guardavam vestidos e chapéus em caixas pesadas com tampas curvas. Então, em seu próprio ateliê, Louis Vuitton passou a projetar malas elegantes e empilháveis.Característica exclusiva: robusta e herméticaNão foi apenas uma questão de design: com a mudança das carruagens para os trens e o crescente desejo de viajar, tornava-se cada vez mais necessária uma bagagem funcional que não ocupasse muito espaço. E como já na época as bagagens nem sempre eram tratadas com delicadeza, o habilidoso artesão Vuitton criou malas robustas e herméticas, uma particularidade para a época.A estrutura de suas malas eram quadros de madeira e metal, e para o revestimento Louis Vuitton não usou couro, mas linho impregnado com farinha de centeio e, portanto, repelente à água. Mais tarde, ele embelezou o visual com tecidos listrados. Assim, o padrão quadriculado Louis Vuitton Damier Canvas tornou-se sua marca registrada.As malas tinham tanta demanda que, apenas cinco anos após fundar a marca, o francês investiu em uma fábrica em Asnières, um subúrbio de Paris. No início, ele tinha 20 funcionários, mas logo o número cresceu para 225.A produção de malas permaneceu nas mãos da família. Junto com seu filho Georg, Louis desenvolveu e patenteou um cadeado para bagagens, usado ainda hoje. Na época, um produto importante e inovador, pois os clientes bem-sucedidos queriam urgentemente ainda mais segurança para suas caras bagagens.Malas que não afundamMuitas lendas envolvem as malas cult. Após o naufrágio do Titanic, conta-se que a bagagem de luxo da Casa Vuitton flutuou na superfície do mar durante dias. As malas também se mostraram indestrutíveis no rally de carros de 1907 de Paris a Pequim. Diz-se que sobreviveram à travessia do mar melhor do que muitos motores.Quando Louis Vuitton morreu, aos 70 anos em Asnières, seu filho Georg assumiu o negócio das malas. Em memória ao pai, ele desenvolveu o lendário monograma canvas, com as iniciais de Louis Vuitton entrelaçadas e o padrão floral estilizado.Assim, em 1896 ele desencadeou um culto de grife que dura até os dias de hoje: discreto, mas impossível de não ser percebido, o símbolo adorna os acessórios dos clientes "LV", incluindo estrelas como Audrey Hepburn, Scarlett Johansson e Rihanna.O grupo de moda há muito tempo já não vende apenas malas. A elas seguiu-se a produção também de bolsas e carteiras, e mais tarde roupas, joias, relógios e perfumes.Em 1987, a empresa familiar fundiu-se com o fabricante de bebidas Moët Hennessy para formar o conglomerado de luxo LVMH. Surgiu assim uma das empresas mais valiosas da Europa, com um valor de mais de 340 bilhões de euros.Os alicerces para isso foram lançados por jovens e talentosos fabricantes de malas − com uma grande sensibilidade por estética e funcionalidade. Os produtos ainda são feitos à mão nas oficinas de Asnières. Parte da propriedade familiar é dedicada a Louis Vuitton, o rei das malas, com um museu privado.Autor: Nadine Wojcik