#FreeBritney: um exército digital que vai além dos fãs da pop star

A #FreeBritney mobiliza nas redes sociais, além de seus fãs, organizações de pessoas vulneráveis e defensores dos direitos cívicos para livrar a estrela de uma tutela

17:05 | Jul. 15, 2021

Por: AFP
O movimento #FreeBritney extrapola o público de fãs da cantora Britney Spears (foto: EMMA MCINTYRE / GETTY IMAGES / AFP)

Tudo começou como um podcast de humor sobre o Instagram de Britney Spears. Anos depois, a #FreeBritney mobiliza nas redes sociais, além de seus fãs, organizações de pessoas vulneráveis e defensores dos direitos cívicos para livrar a estrela de uma tutela.

Em 2017, Tess Barker e Babs Gray só queriam se divertir com a rede social da intérprete de "Oops! ... I Did It Again". Mas essas comediantes americanas ficaram intrigadas com o mecanismo legal que deu ao pai de Britney Spears, em 2008, o poder de decidir quase todos os aspectos de sua vida, após uma série de comportamentos erráticos da artista que os paparazzi ajudaram a divulgar.

"E se tornou um podcast investigativo, intitulado 'Toxic'", diz Barker. Com sua colega, elas mergulharam em audiências jurídicas sobre o assunto para encontrar pistas sobre o que estava por trás disso.

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Em 2019, Britney Spears desapareceu das redes sociais. Elas, então, receberam uma mensagem de áudio alarmante: a estrela havia sido internada à força em uma clínica psiquiátrica. O informante dizia ser ex-membro de uma empresa que também administra a tutela.

O episódio seguinte do podcast, intitulado "#FreeBritney" (Free Britney), viralizou globalmente. A hashtag permanece ativa depois de ter sido usada meio milhão de vezes quando Britney Spears deu um testemunho explosivo no final de junho.  "Traumatizada" e "deprimida", ela afirmava não ter poder para decidir sobre suas amizades, suas finanças e até mesmo sobre sua vontade ou não de conceber um filho.

O lema também é usado em cartazes nos protestos pró-Britney durante audiências sobre o caso no tribunal de Los Angeles e em manifestações em outras cidades. "Há muitas pessoas envolvidas no movimento #FreeBritney que nem mesmo ouvem suas músicas", disse Babs Gray.

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Associações de vulneráveis, defensores dos direitos civis e advogados juntaram-se à causa, o que já é uma grande vitória para Jordan Miller, que dirige o site de fãs BreatheHeavy e assina posts com o FreeBritney desde 2009.

“Foram anos escrevendo sobre isso, falando sobre isso, para que o mundo visse o que eu vejo há muito tempo”, diz esse homem. “O final feliz seria se Britney Spears pudesse um dia desfrutar das mesmas liberdades a que todos têm direito”, conclui Tess Barker.

Na quarta-feira, 14, a cantora deu um primeiro passo: um juiz a autorizou a escolher pela primeira vez em 13 anos seu próprio advogado para tentar anular a tutela, que a priva de grande parte de sua autonomia. (Katy Lee/ AFP)

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