Mestre Espedito Seleiro recebe certificado de registro de marca

O certificado permite ao autor a exclusividade e a propriedade de sua marca, resguardando-o de cópias por terceiros

“Sou mestre no meu ofício de colorir o couro, fazer meus arabescos, corações e trabalhar as peças”. Ressaltando seu trabalho, foi com essa mensagem que o mestre da Cultura e artesão cearense Espedito Seleiro comemorou em seu perfil no Instagram o recebimento do certificado de registro de marca do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Com isso, o artista pode usar sua marca com exclusividade e fica protegido de possíveis cópias de terceiros de seu trabalho.

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O registro de marca é realizado pelo Inpi, que visa garantir e proteger a propriedade intelectual devidamente cadastrada no órgão. O certificado permite ao autor a exclusividade e a propriedade de sua marca, resguardando-o, assim, de cópias e apropriações de obras por terceiros. O documento tem validade de dez anos e pode ser renovado a cada década.

Essa conquista vem de um “sonho” de muitos anos de Espedito Seleiro. Em entrevista à Rádio O POVO/CBN Cariri nesta segunda-feira, 12, o artesão relatou o alívio pelo recebimento do certificado. Ele buscou o registro junto ao Inpi para resguardar suas obras de reproduções indevidas por outras pessoas. “É uma coisa que a gente trabalha muito e às vezes não tem o reconhecimento aonde chega. Por exemplo, se eu faço um chapéu, aí vai ter outra pessoa que vai querer fazer igualzinho e não vai considerar quem criou o modelo”, comenta.

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Além disso, encara como uma forma de deixar registrado para gerações futuras as origens de sua arte. “Procurei registrar também porque amanhã ou depois as pessoas vão saber quem criou a arte e quem a está mantendo, porque isso é uma coisa que é um sonho meu desde que sou criança, que eu comecei com meu avô e com meu pai”, alega.

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Entre as suas obras mais copiadas estão sandálias e bolsas que seguem o seu estilo característico de arte em couro. “Eu não tô proibindo ninguém de fazer bolsa, sandália ou chapéu. Pode todo mundo fazer. Agora, o que eu não quero é que façam o estilo do desenho que eu criei e que traz uma característica minha”, ressalta o mestre da Cultura.

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O artesão também relata que sentiu um impacto grande nas vendas de seus produtos durante a pandemia, com diminuição considerável no ritmo de aquisições por clientes. Entretanto, ele acredita que o fluxo está melhorando aos poucos. As peças mais procuradas, segundo Espedito Seleiro, são “sandálias da Maria Bonita”, o “chapéu de Lampião” e gibão.

Mesmo diante das dificuldades da pandemia, o artesão ressalta o gosto pelo seu trabalho: “Eu já passei por aperto muito pior. Já teve sufoco que eu vi a hora de fechar tudo e eu aguentei porque eu gosto do meu trabalho, adoro trabalhar com couro e é uma coisa que vem de família já há cinco gerações”, conclui.

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