No Festival de Cannes, Spike Lee diz que Bolsonaro é "gângster" e "não tem moral e escrúpulos"
Cineasta é o presidente do júri da 74ª edição do evento francês. O diretor brasileiro Kleber Mendonça Filho, crítico do presidente, também é jurado no evento. Lee citou, ainda, Trump e PutinDurante a coletiva de imprensa que marcou o início da 74ª edição do Festival de Cannes - um dos principais eventos do cinema mundial -, o cineasta estadunidense Spike Lee fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o definiu como "gângster".
Veja vídeo (em inglês):
"This world is run by gangsters. Agent Orange, the guy in Brazil and Putin. They're gonna do whatever they wanna do. They have no morals, no scruples. That's the world we live in. We have to speak out against gangsters like that," says Spike Lee https://t.co/6WmiFCL1IR pic.twitter.com/0jVs29Oe5O
— Variety (@Variety) July 6, 2021É + que streaming. É arte, cultura e história.
Sem se referir ao político pelo nome, o diretor afirmou que Bolsonaro, o ex-presidente dos EUA Donald Trump e o presidente da Rússia Vladimir Putin - ambos aliados do presidente brasileiro - "não têm moral, não tem escrúpulos".
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"Esse mundo é comandado por gângsters. O Agente Laranja (em referência a Trump), o cara no Brasil (referindo-se a Bolsonaro) e Putin. Eles vão fazer o que quiserem. Eles não têm moral, não têm escrúpulos. Esse é o mundo em que vivemos. Nós temos que falar contra gângsteres como esses", afirmou, em tradução livre, Spike Lee na coletiva.
O cineasta é diretor de filmes como "Faça a Coisa Certa" (1989), "Infiltrado na Klan" (2018) - pelo qual ganhou um Oscar de Melhor Roteiro Adaptado - e "Destacamento Blood" (2020), que abordam temas como racismo e injustiças sociais.
Colega de júri de Lee, Kleber Mendonça Filho é crítico do governo Jair Bolsonaro e do desmonte da cultura e do audiovisual empreendidos na gestão federal, além de ressaltar as denúncias de corrupção envolvendo o presidente.
“Parecia honesto”? Não entendi https://t.co/3pcE8AJYgX
— Kleber Mendonça Filho (@kmendoncafilho) July 5, 2021
O cineasta brasileiro já competiu no Festival de Cannes duas vezes, com "Aquarius" (2016)" e "Bacurau" (2019). Na primeira vez, equipe e elenco protagonizaram protesto no tapete vermelho contra o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) e o governo de Michel Temer (MDB).
Com "Bacurau", já sob o governo Bolsonaro, o diretor afirmou à época que não haveria protesto. "O filme é suficiente", considerou. O longa mostra a resistência e a união de uma pequena comunidade quando ela começa a ser atacada.
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