Com exibição de filmes, Vila das Artes discute o sentido de pertencimento

A mostra "Habitando Margens e Fronteiras" acontece durante as quintas-feiras de julho. Nas datas, haverá a exibição de filmes seguida de debate

18:58 | Jun. 30, 2021

Por: Clara Menezes
'Entre nós talvez estejam multidões', de Aiano Bemfica e Pedro Maia de Brito, estará na mostra da Vila das Artes (foto: Divulgação)

De onde vem o sentido de pertencimento? Como encontros significativos podem ser realizados em meio à atual situação política e social? A partir destes questionamentos, a escola Vila das Artes promove a mostra “Habitando Margens e Fronteiras” em julho.

O evento contará com cinco exibições de filmes seguidas por debates ao vivo com os diretores. Conteúdos serão transmitidos sempre às quintas-feiras, a partir das 17 horas, no canal do Youtube do equipamento de formação em artes.

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A curadora, cineasta e artista visual Raquel Gandra traz produções que se relacionam com os sentimentos de pertencimento na atualidade. Um desses títulos é “Volta Grande", de Fábio Nascimento, que revela a história de 300 famílias ribeirinhas que foram removidas de suas casas para a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.

Também haverá o documentário “Entre nós talvez estejam multidões”, dirigido por Aiano Bemfica e Pedro Maia de Brito. O longa-metragem leva o espectador para uma jornada na Ocupação Eliana Silva, um assentamento urbano de Belo Horizonte, durante a campanha que elegeu o presidente Jair Bolsonaro.

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Durante a exibição, o conteúdo audiovisual revela a subjetividade de vários personagens da comunidade. Entre sonhos, lembranças e contradições, constroem o imaginário de um lugar afetado pelo momento político.

Ainda terá a transmissão de “Não Te Amo Mais”, da cearense Yasmin Gomes. Com depoimentos de imigrantes nordestinos, ela mostra sua relação com São Paulo, cidade em que vive há anos.

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Obra será discutida na quinta-feira, 29 de julho, ao lado de “Pedras não flutuam”, de Lara Ovídio. A cineasta registra a situação de São Rafael Velha, localizada no interior do Rio Grande do Norte e que foi coberta de água após a construção da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em 1980.

Após uma seca que alastrou a região em 2013, restos da cidade voltaram a aparecer. Com isso, ela registra a catástrofe e a perda a partir dos escombros que permaneceram mesmo com o apagamento da memória.

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Na mesta data, haverá “Hálito Azul”, de Rodrigo Areias. Ele destaca a história da vila Ribeira Quente, da Ilha de São Miguel, em Portugal. Os habitantes se sustentam por meio da pesca, mas o lugar está ameaçado porque fica entre o oceano e a costa de um vulcão.

Programação

quinta-feira, 1º
- "Volta Grande", de Fábio Nascimento
- "Entre nós talvez estejam multidões", de Aiano Bemfica e Pedro Maia de Brito

quinta-feira, 8
- "Espero tua Revolta", de Eliza Capai
- "Polis", de Rafael Baptista

quinta-feira, 15
- "Rio em Chamas", de Daniel Caetano, Cavi Borges, Vinicius Reis, Clara Linhart, André Sampaio, Eduardo Souza Lima, Diego Felipe Souza e Luiz Claudio Lima

quinta-feira, 22
- "Irmãos", de Maria Eduarda Andrade
- "A Vizinhança do Tigre", de Affonso Uchoas

quinta-feira, 29
- "Não te amo mais", de Yasmin Gomes
- "Pedras não flutuam", de Lara Ovídio
- "Hálito Azul", de Rodrigo Areias

Habitando Margens e Fronteiras

Quando: todas as quintas-feiras de julho, a partir das 17 horas
Onde: no canal do Youtube da Vila das Artes