Dedicado à bibliodiversidade, 63ª edição do Prêmio Jabuti abre inscrições nesta quinta, 6
Prêmio contempla vencedor ou vencedora da categoria Livro no Ano com R$100 mil. Inscrições seguem abertas até 1º de julho
"O Prêmio Jabuti se configura, para além das premiações tão celebradas, como um instantâneo fotográfico dos dilemas e das possibilidades de nosso tempo, na perspectiva de quem pensa o Brasil: as nossas autoras, os nossos autores e os grupos que se movem em torno do livro. Todos nós sabemos do que os livros são capazes", defende o editor e tradutor Marcos Marcionilo, curador da 63ª edição do Prêmio Jabuti. Desta quinta-feira, 6 de maio, até as 18h do dia 1º de julho de 2021 (horário de Brasília), a Câmara Brasileira do Livro (CBL) recebe inscrições para a mais tradicional condecoração literária do País.
Atribuído anualmente desde que a obra "Gabriela, Cravo e Canela" (1958) — de autoria do baiano Jorge Amado — recebeu o Jabuti na categoria “Romance” em 1959, o prêmio de 2021 busca consolidar as mudanças em curso no cenário literário. Na 63ª edição, o "Eixo Ensaios" passa a se chamar "Eixo Não Ficção"; já o "Eixo Livro" torna-se "Eixo Produção Editorial". Dessa maneira, as categorias do Prêmio Jabuti ficam organizadas nos eixos Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação. Na categoria "Livro Brasileiro Publicado no Exterior", também há mudanças: além da estatueta, caso já seja filiada ao Projeto Brazilian Publishers, a editora será contemplada com uma Bolsa de Apoio à Tradução no valor de R$5.000,00. Caso ainda não integre o BP, a editora brasileira premiada será galardoada com um ano de participação integral no projeto que promove a literatura nacional no mercado estrangeiro.
"Quando a gente olha para história das pessoas, das instituições e das iniciativas culturais, a gente compreende bem o trajeto e o presente do Jabuti. O prêmio, criado pela Câmara Brasileira do Livro há mais de 60 anos, se tornou a distinção mais desejada em nossos meios literários — o Jabuti já se configurou como um patrimônio cultural brasileiro. O prêmio valoriza autoras, autores, editoras e, de uns anos para cá, passou também a valorizar obras e iniciativas que contribuam para dar o retrato da cultura brasileira e das suas necessidades", continua Marcos Marcionilo. A expectativa é receber cerca de 3 mil inscrições de obras escritas em 2020, um crescimento em relação às 2.600 inscrições recebidas no ano passado.
Para compor uma equipe curatorial coletiva, Marcos convidou curadores especialistas e profissionais de áreas plurais: Ana Elisa Ribeiro, Bel Santos Mayer, Camile Mendrot e Luiz Gonzaga Godoi Trigo. "Passados 62 anos, nós observamos como tem sido importante para todas as políticas nós sabermos quem somos — qual nossa cor, raça, etnia e gênero. Neste ano, a nossa decisão foi manter como categorias de gênero homens cis, mulher cis, homem trans, mulher trans, travesti, pessoa não binária e uma categoria aberta, 'outro', porque a gente sabe que essas classificações que nós colocamos não são suficientes paro debate está colocado, mas nos permitirá organizar e fazer uma leitura. No quesito cor e raça, nós optamos pelas categorias do IBGE, pela possibilidade que essas categorias nos dão de analisar nos vários conjuntos populacionais e que são coletados. Em ordem alfabética: amarela, branca, indígena, parda e preta. Será a primeira vez que nós vamos coletar esses dados, com uma discussão bastante consistente sobre a autoria indígena e autoria negra", destaca a educadora social Bel Santos Mayer.
Referência na criação e manutenção de bibliotecas comunitárias em São Paulo, Bel celebra a aposta na bibliodiversidade nesta edição do Prêmio Jabuti. "Quando a gente consegue olhar essas autorias — quem está escrevendo, sobre o que está escrevendo —, isso nos dá uma representatividade muito grande. Nós, das bibliotecas comunitárias, sabemos o quanto é importante construir juntos e juntas esse regulamento. Quando a gente começa a falar dessa diversidade, dessa produção nas bordas e isso está desde o desenho do Jabuti, há um encorajamento de entender que esse prêmio também é nosso. Como prêmio, o Jabuti ganha com essa literatura que estava à margem, às vezes, e vem pra dentro. A gente vai construindo uma bibliodiversidade de dentro também, né? Porque ela sempre esteve aí, ela sempre existiu, mas conseguir olhar para ela de dentro do Prêmio é um ganho para toda e todos nós", ressalta a educadora.
Pelo quinto ano consecutivo, os valores das inscrições do Prêmio Jabuti não foram alterados. Em 2021, devido aos impactos da pandemia de Covid-19 na economia, haverá um desconto de 10% para todas as inscrições realizadas desta quinta, 6, até as 23h59 do dia 4 de junho de 2021. Os vencedores de cada categoria recebem a estatueta e o prêmio de R$5 mil. O vencedor ou vencedora da categoria Livro no Ano, por sua vez, receberá a estatueta e o valor de R$100 mil.
O público também poderá, mais uma vez, autoindicar ou recomendar nomes para a composição do júri do Prêmio Jabuti por meio da consulta pública que se estende até o próximo dia 6 de junho. Basta preencher o formulário disponível no site www.premiojabuti.com.br. Neste ano, a 63ª edição homenageia o escritor Ignácio de Loyola Brandão.
Inscrições para o 63ª edição do Prêmio Jabuti
Inscrições no Portal de Serviços da CBL. Autores(as) e editores(as) que já possuem cadastro podem efetuar o login com o usuário preexistente, ou adicionar um novo, e selecionar “Prêmio Jabuti”. Já os novos usuários precisarão efetuar um cadastro, criar um login e uma senha antes de selecionar “Prêmio Jabuti” e dar sequência à inscrição.
De 6 de maio, até as 18h do dia 1º de julho de 2021.
Informações: www.premiojabuti.com.br
Dúvidas, críticas e sugestões? Fale com a gente