Quem escuta música clássica? Pesquisa revela que jovens são 36% dos ouvintes no Deezer
Durante o ano passado, os brasileiros de 18 a 25 anos formaram 36% dos ouvintes de música clássica na plataforma de streaming DeezerAntes de começar esta matéria, abra uma plataforma de streaming ou o Youtube e coloque para tocar a primeira playlist de música clássica que encontrar. Feche os olhos por alguns segundos e respire. Somente depois continue a leitura. Você pode não ter sentido nada de diferente, mas a probabilidade é que tenha ficado um pouco calmo. Essa reação explica, em partes, os motivos que levaram mais pessoas a escutarem obras de concerto durante o isolamento social rígido de 2020, sendo o público quase majoritariamente composto por jovens.
A pesquisa “The Classical Revival in 2020”, realizada pela Orquestra Filarmônica Real (RPO) e pela associação British Phonographic Industry (BPI), em parceria com o Deezer, revela que houve um aumento na procura por composições do gênero durante o lockdown.
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A partir de entrevistas que realizaram no Reino Unido, o levantamento descobriu que 35% dos ouvintes afirmaram que a música de orquestra ajudou na concentração e na manutenção da tranquilidade. Além disso, 19% consideraram que o gênero era bom para escutar enquanto estavam trabalhando ou estudando.
Essa situação reverbera, por exemplo, no aumento de escutas mensais das playlists de obras clássicas. A “Feel Good Classical”, por exemplo, cresceu 424% no número de streams durante o lockdown no Reino Unido. Destes ouvintes, 36% estavam abaixo dos 35 anos.
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No Brasil, a tendência é semelhante. É comum associar a música clássica a um espaço inacessível, destinado ao público mais velho e de classe alta. Mas os brasileiros mostraram que essa não é a única perspectiva. A faixa etária de 18 a 25 anos compõe 36% dos ouvintes do gênero na plataforma Deezer, enquanto as pessoas de 26 a 35 anos formam 35%.
Clássicos na internet
O grupo que consome obras de concerto não precisam ser sempre o mesmo. Exemplo disso é a atuação do pianista mineiro Franz Ventura no Youtube. Com mais de 200 mil inscritos, ele traz conhecimentos sobre compositores e composições com uma linguagem voltada para a juventude.
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Em matéria para O POVO, publicada em outubro de 2020, ele explica que sua afeição pelo gênero surgiu quando ainda era criança. Ao escutar “Sonata ao Luar”, de Beethoven (1770 - 1827), no conservatório de sua cidade, levou as partituras para casa sem permissão e as estudou até aprender.
Com a diminuição das oportunidades nas apresentações dos palcos, decidiu atuar nas plataformas digitais. Sentiu a vontade de ir para onde o público estava: na Internet. "Sabia que era para as redes sociais que eu tinha que ir. Então, criei um canal no YouTube e, aos poucos, comecei a falar de música. Queria fazer um formato acessível e brincalhão, para desconstruir a visão elitista do gênero", comentou na entrevista.
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Foi assim que surgiu o canal que leva seu nome. Aos 28 anos, ele tem um público na faixa etária de 13 a 24 anos. São pessoas, em sua grande maioria, leigas no assunto. "É um público que criou interesse por esse assunto tão específico", explicou.
Vários conteúdos estão disponíveis em seu canal, como testes na internet, interpretações de músicas do Chopin e pequenas biografias dos compositores. Até mesmo vídeos como “Transformei Bach em forró no piano” podem ser encontrados.
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Homenagem a Beethoven
Neste momento em que os clássicos retornam ao gosto de públicos variados, o Deezer lançou o projeto “Beethoven Recomposed”, com o objetivo de homenagear os 250 anos Ludwig van Beethoven (1770 - 1827).
Pianistas contemporâneos famosos foram chamados para reinterpretar clássicos. Entre os nomes que compõem o álbum, exclusivo da plataforma de streaming, estão Chilly Gonzales, Sofiane Pamart, Chloe Flower, Roger Eno e Belle Chen.
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Há 12 composições originais que podem ser escutadas, como “Piano Sonata Nº 14 - ‘Moonlight’”, “Piano Concerto Nº 5: ‘Emperor - Adagio’”, “Fur Elise”, “Symphony Nº 7: Allegretto” e “Sonata Pathétique Nº 8, op. 13 - Adagio Cantabile”.
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