Veja crítica de "Monster Hunter Rise", novo game do Nintendo Switch
Bonito e cheio de novidades, "Monster Hunter Rise" é um exclusivo de peso para o SwitchO lançamento para os consoles com exclusividade no Nintendo Switch, a "bagatela" de mais de R$ 300 (!) em sua etiqueta e uma campanha "single player" relativamente curta (de 10 a 12 horas de duração) faz com que, à primeira vista, "Monster Hunter Rise" não pareça uma boa pedida. Mas não se engane. Mesmo após zerá-lo, você vai querer continuar jogando. Depois dos créditos, os monstros continuarão vindo. O modo "multiplayer", as atividades secundárias e o mero "gameplay" do jogo são motivos de sobra para considerar este um dos melhores títulos do ano.
O jogo de aventura, combate e exploração em terceira pessoa impressiona desde os primeiros momentos. É quase inacreditável a qualidade que o game apresenta, apesar de estar rodando em uma plataforma limitada para os padrões atuais da indústria. Mesmo ao não dispor das últimas novidades, como "ray tracing", resolução em 4K e também não rodar a mais de 30 quadros por segundo, Rise traz paisagens de mundo aberto belíssimas, personagens bem modelados e excelentes animações.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
O novo título da japonesa Capcom demonstra um aproveitamento fabuloso do motor gráfico "RE Engine", responsável pelos gráficos impressionantes dos últimos games da franquia "Resident Evil", mas que claramente também brilha na adaptação do visual dos jogos da desenvolvedora em todo o tipo de hardware.
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A mesma impressão positiva que muitos tiveram ao jogar "The Legend of Zelda: Breath of The Wild" e "Super Mario Odyssey" será também sentida ao início da jogatina em "Monster Hunter Rise". Porém, suas qualidades vão além. As novas opções de movimentação tornam mais fluida e divertida a travessia pelo mapa 3D do jogo e seu sistema de combate agradam desde o não iniciado até os fãs dos games anteriores da franquia.
Outra mudança trazida em Rise é sua ambientação inspirada nas tradições japonesas. O teatro, a arquitetura, as artes e até a culinária nipônica estão presentes no design do jogo. O ambiente criado, apesar de não tão grande quanto o de títulos anteriores, é com certeza um dos mais aconchegantes, o que torna a missão de defender a vila de Kamura dos monstros invasores mais envolvente e interessante.
No mundo do jogo, um grande mal envolvendo criaturas enormes e poderosas (a parte “Monster” do nome do jogo) ameaça os habitantes da região e demanda do seu personagem o desafio de se tornar forte o bastante para derrotá-lo.
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O objetivo do jogador é explorar seu mundo, coletar recursos e evoluir seu equipamento de combate para tornar-se poderoso e capaz de derrotar monstros ainda mais fortes. O ciclo do game é simples, mas a variedade de inimigos e seus comportamentos distintos durante cada combate o fazem ser viciante e difícil de enjoar. Cada sistema de jogo tem várias camadas de complexidade, que vão se mostrando ao jogador aos poucos. Combinações entre armas, acessórios e táticas de jogo trazem possibilidades que torna a experiência de jogo única para cada player.
Como destacado em seu próprio título, os monstros são o centro da experiência em "Monster Hunter Rise". O jogo gira em torno de embates com criaturas fantásticas, com aparências icônicas (também inspiradas na cultura japonesa) e padrões de movimento interessantes, que deixam cada luta diferente da outra.
Em jogos anteriores, parte da experiência de jogo estava também em encontrar os monstros pelo mapa. Em "Rise", o elemento da caça foi simplificado. Após encontrar um monstro pela primeira vez em um mapa, ele se manterá visível ao jogador, facilitando encontrá-lo novamente em um futuro combate. Os fãs mais puristas talvez repudiem a mudança.
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Outra alteração significativa - também focada na simplificação da experiência de jogo - se dá pela presença dos Palamutes, criaturas similares a cachorros que servem de companhia e montaria para seu personagem. Montado em seu palamute, o jogador é capaz de cruzar longas distâncias com facilidade. Ademais, o bicho auxilia nas lutas, servindo como distração ou como suporte contra qualquer inimigo.
A adição dos "Wirebugs" também é novidade. Estes são pequenos insetos que podem ser usados para içar o jogador, o ajudando a alcançar locais inacessíveis, além de ajudar no combate, permitindo se agarrar às criaturas - para encurtar distâncias - como também possibilitando o controle de alguns monstros como em uma marionete.
O chamado "Wyvern Riding" é um movimento que pode transformar completamente o destino de um embate, uma vez que permite ao jogador assumir temporariamente o controle de algumas bestas e colocá-las contra inimigos antes intransponíveis, mas que podem encontrar nas garras de outro bicho seu ponto fraco.
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O modo "Rampage" encerra a lista de novidades do jogo e mantém o nível de satisfação elevado. Nele, a narrativa central, focada na proteção da vila Kamura, se destaca, uma vez que consiste em enfrentar hordas de monstros em debandada juntos aos NPCs do local.
Ele é, em sua essência, um "tower defense" feito aos moldes de "Monster Hunter" e se parece muito com as batalhas finais dos jogos anteriores da franquia. A diferença está na intensidade e no grau de dificuldade que, no modo "Rampage", é bastante elevado. Ele acaba servindo mais como uma modalidade de jogo àqueles players experientes do que parte da história, como em outrora.
Apesar das várias (e bem-vindas) mudanças, o núcleo principal da franquia "Monster Hunter" se mantém em "Monster Hunter Rise". Mesmo em um hardware mais datado, como o do Nintendo Switch, o jogo brilha por todos os lados e, nesta edição, faz esforços ainda maiores para se tornar mais acessível e agradar a jogadores diferentes. Seja você um experiente caçador ou um recém-chegado no universo do jogo, esta é uma aventura que vale a pena encarar.
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Monster Hunter Rise está disponível exclusivamente no Nintendo Switch. Uma versão para PC (Steam) está planejada para 2022.
Davi Rocha é produtor de conteúdo do canal Bacontástico
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