Mostra de Palhaçaria Feminina do Ceará inicia programação nesta segunda, 8 de março
A programação traz formação e debates importantes que orbitam o tema da comicidade feminina
19:03 | Mar. 05, 2021
A partir desta segunda-feira, 8 de março, entra no ar a edição especial da Mostra de Palhaçaria Feminina do Ceará. A edição será toda online devido ainda à pandemia. Estão previstas apresentações artísticas, atividades de formação além de uma novela - "Três mulheres um caminho" - dividida em três capítulos. Para conferir a programação, que se estenderá até o dia 28, em nove dias alternados, ficará disponível gratuita no canal do YouTube da Associação de Proprietários, Artistas e Escolas de Circo do Ceará (Apaece) e do Cineteatro São Luiz, que entra como parceiro inédito, na modelo da mostra a distância.
Foi o Cine "que recebeu alguns espetáculos que ainda não tinham tido a oportunidade de ser gravados em vídeo", um importante apoio "para que essas palhaças pudessem, com qualidade, fazer a gravação desses números", reconhece Andréa Vasconcelos, produtora executiva e idealizadora da mostra, hoje, como desde o início, uma oportunidade para reverberar o protagonismo feminino. "Foi um processo muito emocionante, além dos espetáculos temos depoimentos dessas mulheres e artistas", engrandece o propósito que a move dentro da iniciativa. Levar mais vida e arte, como tem sido para Angélica Gadelha - a palhaça Pituca do espetáculo "Só Um Cochilim".
"O convite para participar da mostra foi de extrema importância para mim nesse momento de tanto caos, a mostra traz novamente o que costumo chamar de 'cosquinha na alma', o prazer em estar em cena, a preparação do número, o estar, o ser, o fazer, o pensar", relaciona Angélica, integrante do Grupo Garajal, de Maracanaú, num cenário de adversidades ainda atípicas.
A programação também traz formação e debates importantes que orbitam o tema da comicidade feminina. "Com convidadas que trabalham com pesquisa, com dramaturgia, com direção", aponta Andréa. "Registro que esse evento é na realidade um evento de construção coletiva e nós estamos muito felizes com o resultado", que é a soma de apoio, vindo num momento mais importante. Além de acontecer num mês dedicado ao Circo, "ele acontece especialmente a partir do dia 8 de março, comemorando o dia da mulher, e principalmente a luta pela igualdade de gênero para que nós mulheres sejamos tratadas com dignidade, tratada de forma igualitária seja com relação a pagamento dos nossos serviços, mas também que sejamos valorizadas nas nossas propostas, e sejamos respeitadas dentro daquilo que nos propomos a fazer", embala uma reflexão, iniciada há bem mais tempo.
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A mostra, lembra Andréa, "nasceu alguns anos atrás, a partir de uma discussão com palhaças, as mulheres que trabalham com comicidade aqui no estado", onde se constituiu e foi organizada uma rede de comicidade feminina. "E então vimos a necessidade de fortalecer essa rede, com ações voltadas para dar visibilidade a esses espetáculos e a esses processos criativos", que começou, diz, com programação acolhida pelo Festival Internacional de Circo do Ceará. Hoje, num tempo de pandemia, realizada graças ao "edital de apoio aos Festivais da Secult, e em virtude da Lei Aldir Blanc", cita Andréa.
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"Temos palhaças cearenses nos espetáculos, pois a ideia era dar visibilidade à cena da palhaçaria feminina no Estado do Ceará, temos artistas que trabalham em Fortaleza, e na Região Metropolitana. Na curadoria Sâmia Bittencourt e Carolina Holanda, palhaças, dramaturgas e diretoras", destaca incluindo-se no grupo.