Nicette Bruno participou do primeiro Festival Vida&Arte, há quase 20 anos; relembre trajetória da atriz

Intérprete de Dona Benta, atriz veio acompanhada da turma do "Sítio do Pica-pau Amarelo. Momento ocorreu no início dos anos 2000

18:36 | Dez. 20, 2020

Por: Redação O POVO
Intérprete da Dona Benta, atriz veio ao festival acompanhando elenco do Sítio do Picapau Amarelo (foto: Arquivos O POVO)

A atriz Nicette Bruno, que faleceu neste domingo, 20, por complicações da Covid-19, foi uma das atrações do primeiro Festival Vida&Arte, realizado pelo O POVO. Em 2003, ela veio com a turma do "Sítio do Pica-pau Amarelo", na época, a série era um sucesso das manhãs, na Globo.

"A obra de Monteiro Lobato é tão forte que foi até difícil convencer o público de que os atores do novo Sítio do Pica-pau Amarelo não iriam se vestir de Dona Benta, Emília, Tia Nastácia, Pedrinho e Narizinho", lembra matéria publicada no dia seguinte, no caderno Vida&Arte. A apresentação do grupo - em formato talk show - foi realizada em 19 de janeiro de 2003.

"Eles estavam ali mesmo era para contar um pouco de sua experiência em fazer papéis tão especiais para crianças, já crescidas ou não", continua a publicação, com um trechos do papo, dito por Nicette.

"Esse personagem é universal. A pesar toda a sua irreverência, a Emília é de grande sabedoria", ressaltou a artista, na roda com os colegas atores. O encontro com o público em Fortaleza ocorreu no Centro de Convenções. Na época, a atriz Isabelle Drumond, presente no evento, era quem dava vida à "boneca de pano". 

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Relembre a trajetória da atriz, uma das pioneiras da televisão brasileira

Nascida Nicete Xavier Miessa, no dia 7 de janeiro de 1933, em Niterói (RJ), a atriz fez sua estreia profissional em 1945, na peça teatral Romeu e Julieta, baseada na obra literária homônima de William Shakespeare.

Filha única da atriz Eleonor Bruno e de Sinésio Campos Xavier, Nicette Bruno casou no dia 26 de fevereiro de 1954, na Igreja Santa Cecília, em São Paulo, com o ator Paulo Goulart, que conheceu dois anos antes, durante a peça Senhorita Minha Mãe, de Louis Verneuil, e com quem teve três filhos, os também atores Beth Goulart, Bárbara Bruno e Paulo Goulart Filho.

Aos 4 anos de idade, a pequena Nicete Xavier Miessa já declamava e cantava no programa infantil de Alberto Manes, na Rádio Guanabara. Aos 5 anos, começou a estudar piano no Conservatório Nacional e, aos 6 anos, ingressou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Entrou para o grupo de teatro da Associação Cristã de Moços aos 11 anos, passando, depois, pelo Teatro Universitário, de Jerusa Camões, e pelo Teatro do Estudante, dirigido por Pascoal Carlos Magno e Maria Jacintha. Aos 14 anos de idade, já era atriz profissional, contratada pela Companhia Dulcina-Odilon, da atriz Dulcina de Morais. Ficou viúva em 2014, quando o marido morreu de câncer.

Entre os seus trabalhos na televisão destacam-se as novelas Rosa dos Ventos (1973), Éramos Seis (1977), Selva de Pedra (1986), Bebê a Bordo (1988), Rainha da Sucata (1990), Mulheres de Areia (1993), A Próxima Vítima (1995), Alma Gêmea (2005), Sete Pecados (2007), A Vida da Gente (2011), Salve Jorge (2012), Joia Rara (2013), I Love Paraisópolis (2015), Pega Pega (2017), além da série infantil Sítio do Picapau Amarelo (2001/04). Nicette é considerada uma das pioneira da televisão brasileira e referência na história da teledramaturgia nacional.

Com informações da repórter Jully Lourenço, do O POVO, e da Agência Brasil