Conheça a cantora Alulu, carioca que conquistou o coração de vários ouvintes cearenses
A música "Amor Telasss" já está disponível nos serviços de streamingAlulu tem apenas 21 anos, mas já é produtora de si. A carioca, estudante de Dança na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), está no processo criativo e de produção de seu primeiro EP intitulado ''Alulu''. A obra está marcada para ser lançada em março de 2021, porém é possível ouvir a composição “Amor Telasss” em todos os serviços de streaming e no YouTube. Fortaleza é a segunda Cidade em audiência da canção, perdendo apenas para o lar do Cristo Redentor.
Em seu Instagram (@aluluparanhos), estão disponíveis outras produções, com seus respectivos clipes, que ainda não foram lançadas nas plataformas de música, como “Ela quer limão”, “Botânica” e “Bicicletinha”. Todo o trabalho da cantora é autoral e ela participa do processo desde a criação da letra até a produção e direção artística.
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Fã de Caetano, com direito a pôster decorando a casa, ela conta, em entrevista exclusiva ao O POVO pela plataforma Zoom, que o nome artístico nasceu a partir da vontade de ser chamada pelo cantor de Lulu, caso um dia se conhecessem. Nesse balaio, ela conta que suas maiores inspirações são Rita Lee, a Tropicália, Céu e a vida como um todo.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Ainda conta que ter estudado em uma instituição que valorizasse a arte foi um de seus maiores guias. Pela manhã, o colégio seguia a grade curricular normal; física, química, história, gramática e por aí vai. Mas, à tarde, os alunos estudavam filosofia por meio do teatro e cinema, cantos e ritmos populares e outras disciplinas ligadas ao conhecimento e produção artística. “A escola foi um lugar que abriu muito as portas para o meu trabalho. Ali eu formei meu senso crítico e isso está totalmente entrelaçado com arte, podermos criar em qualquer esfera, seja na cozinha, na dança, no teatro… E lá aprendi muito sobre cultura popular”, informa Alulu.
A quarentena foi o momento que a jovem tirou para si e para focar em seu trabalho individual em meio à inquietações. Antes, ela fazia parte de uma banda chamada Aquela Jararaca, que tocava música popular contemporânea em uma mistura de samba e coco. Depois de formada, ela se uniu a um grupo que tocava forró de pife, um estilo que usa flauta de taboca e tem influência de culturas indígenas.
“No Rio de Janeiro, o forró é muito forte. Se você for à Lapa, todo dia tem forró. Acabamos fazendo um estilo mais carioca e jovem, que é algo que não se vê muito. Quando eu comecei tinha 18 anos e minha galera gostava muito do gênero, então fizemos uma banda para nos encontramos e isso foi crescendo”. A artista conta que o grupo realizava shows semanais e adianta o quanto essa época foi relevante em sua vida. “Essa é uma cultura incrível e é muito importante abrir isso para os jovens. Uma cultura de dançar perto, de respeito… Fui muito feliz nesse tempo e o forró me ensinou muito, inclusive a compor. Me inspiro demais em Gonzagão”, brinca.
Com a pandemia do coronavírus, Alulu se viu em casa sem ter o que fazer em relação à banda e começou a criar. A veia artística é de família. Seu irmão mais velho e grande inspiração, o malabarista Vipassa, 24 anos, produziu um espetáculo circense sozinho. Nesse ponto, Alulu colocou a mão na massa e seu primeiro EP foi nascendo. “Para mim é muito importante que a minha personalidade permeie cada caminho, desde a câmera até a edição, a direção de arte, produção… Pulsa muito em mim essa expressão de ser artista, querer estar em todos os lugares e me expressar do jeito que der”.
Apesar das dificuldades, a jovem vê a autonomia ganha com esse processo como um grande presente. Para ela, estar sozinha e ainda assim querer colocar sua música no mundo exige coragem. “Confiar em si e mostrar quem você é e o que quer trazer à tona não é fácil. Foi um processo de me ver como artista, que é um lugar muito frágil, como uma voz a ser reconhecida. Como mulher, temos muito medo de nos colocar.”
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“Amor Telasss”, primeiro single lançado, surgiu enquanto a cantora lia a autobiografia de Rita Lee. “Ficar nessas telas foi um grande marco da quarentena e foi a primeira composição que eu fiz. Acho que a Rita Lee trouxe essa coisa louca de telas e dar mole para elas, falar desse amor pandêmico e que o rei da nação é louco…”
Sobre o momento do lançamento, ela adianta que não poderia ser outro. “Essa obra foi uma coisa que veio da pandemia e eu acho importante botar no mundo agora, seja do jeito que for. Eu não podia prender isso para mim até acabar porque foram questões que vieram durante esse período. É isso que eu tenho a dar e isso que a pandemia me deu”, relata ela.
Por fim, Alulu revela nunca ter visitado Fortaleza e que não sabe explicar como sua música repercutiu tanto na Cidade, mas espera visitar e quem sabe realizar um show após a chegada da vacina. Apesar de nunca ter vindo a Fortaleza, a cantora conta que já viajou pela Bahia, Recife e Alagoas, aprendendo muito em Pernambuco com o maracatu.
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