CCBJ promove exposição fotográfica virtual sobre diferentes expressividades de gênero
As imagens presentes na mostra também abordam a fluidez de gênero e buscam trazer uma ressignificação sobre padrões heteronormativosO Centro Cultural do Grande Bom Jardim (CCBJ) promoverá, a partir desta quarta-feira, 4, a exposição fotográfica “(r)existir”, organizada pelo fotógrafo Jerônimo Neto. Ela acontecerá virtualmente por meio das redes sociais do CCBJ e por uma plataforma cujo link será disponibilizado nas publicações. Com o objetivo de "reunir fotografias de várias pessoas nas suas diferentes expressividades de gênero", a exposição será lançada nesta quarta, às 19 horas, e ficará disponível por 30 dias.
Entre as pessoas retratadas na mostra, estão pessoas trans, travestis e drag queens. De acordo com Jerônimo Neto, as fotografias presentes na exposição derivam de vivências próprias do fotógrafo nos últimos anos com grupos de teatro e projetos sociais voltados para o público LGBTQIA+. Como exemplo, ele cita o coletivo “As Travestidas” e também comenta sobre a sua relação com o tema da mostra: “É o meio em que estou inserido. São imagens que eu reuni em cerca de três anos, de 2017 para cá, e de ensaios e espetáculos teatrais de outros momentos também”.
O nome da exposição - "(r)existir" - já dá indícios de suas propostas: servir como uma “ferramenta de resistência” e como “resposta” a perseguições sofridas por pessoas LGBTQIA+. “Essas imagens existem como uma ferramenta de resistência, no próprio sentido de resistir e também existir, de que não seja mais uma questão silenciada. Com isso, se faz resistência e existência”, afirma Jerônimo.
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As imagens da “(r)existir” abordam também a fluidez de gênero (quando o indivíduo não se identifica com apenas um único gênero e, assim, “flui” entre vários). Além disso, buscam trazer uma “ressignificação” a respeito de padrões heteronormativos, apresentando outras “possibilidades, narrativas e pontos de vista”.
Quanto a esse último aspecto, Jerônimo pensa que a fotografia pode ser utilizada como um meio de “obstrução de realidade e de sentidos”. Ele também acredita que a fotografia assume um papel “transgressor” e de “incômodo” só pela sua existência. “Quando você faz uma fotografia, você está fazendo um recorte, então você pode colocar seu ponto de vista e construir uma narrativa em cima da realidade que você quer mostrar. A partir disso, eu acredito que a fotografia por si só já seja transgressora, que ela está ali para incomodar”, reforça Neto.
Esta será a primeira vez em que Jerônimo Neto realizará a mostra. Ele foi selecionado no edital de Chamada Pública de Propostas Artísticas do Centro Cultural do Bom Jardim e relata que vem trabalhando no processo de construção da “(r)existir” há mais de um ano. Segundo o fotógrafo, a ideia foi “bem recebida” pelas pessoas com as quais ele manteve contato.
Apesar de ser veiculada nas redes sociais do CCBJ, Jerônimo acredita que a exposição seja direcionada para qualquer pessoa e, por acontecer de forma on-line, é capaz de abranger “mais públicos”. Para Neto, esse é um tema que precisa ser debatido. Ele lembra do caso Dandara e reflete sobre “os problema sociais que são esses preconceitos e essas agressões” às pessoas LGBTQIA+. Por fim, Jerônimo destaca que esse debate é “muito necessário para criar outras perspectivas e pontos de vistas sobre a temática”.
O lançamento da exposição será nesta quarta-feira, 4, às 19 horas, no canal do CCBJ do YouTube. Na ocasião, Jerônimo Neto comentará sobre o processo de criação da mostra e outros aspectos relacionados às fotografias. A “(r)existir” ficará disponível por 30 dias e será veiculada no Facebook e no Instagram do CCBJ e em uma plataforma cujo link será disponibilizado nas redes sociais do Centro.
SERVIÇO
Exposição (r)existir
Quando: a partir desta quarta-feira, 4; disponível por 30 dias
Onde: pelo Facebook e pelo Instagram do Centro Cultural do Bom Jardim;
Lançamento: nesta quarta, 4, a partir das 19 horas no canal do CCBJ no YouTube
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