Com Fagner e Ednardo, Canal Brasil reexibe série sobre a MPB no ano de 1973
Obra documental "MPB 73 – O Ano da Reinvenção" resgata em 13 episódios a importância do período para a música brasileira. Maratona inicia neste domingo, 6 de setembro, e segue no dia 13 de setembro, sempre às 7 horas1973 foi o ano em que se cantou "no presente" – percebeu Paulo César Araújo, escritor, jornalista e historiador. As canções “O Homem de Nazareth”, de Cláudio Fontana, “A Palo Seco”, de Belchior, e “Ouro de Tolo”, de Raul Seixas, daquele ano, mencionam o número 73 em suas composições originais. Esse e outros tantos depoimentos de artistas e pesquisadores da música brasileira integram a série “MPB 73 – O Ano da Reinvenção” (2018). O Canal Brasil reexibe maratona de episódios da obra documental neste domingo, 6 de setembro, às 7 horas; e segue no dia 13 de setembro, no mesmo horário.
“MPB 73 – O Ano da Reinvenção” resgata ao longo de 13 episódios a importância do ano de 1973 para a música brasileira. Após a década anterior revelar, dentre tantos artistas, Gilberto Gil, Chico Buarque, Caetano Veloso, Elis Regina e Edu Lobo, o momento reverbera novas vozes aos ouvidos brasileiros. Os discos de estreia de Secos & Molhados, Raul Seixas, Luiz Melodia, Gonzaguinha, Fagner, João Bosco e Walter Franco são alguns dos lançados ao País.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Imagens dos discos, fotos de shows e trilha sonora criam a atmosfera do período. Com apresentação de Fernando Mansur, importante nome da história do rádio no Brasil, a série tem direção artística de João Faissal e roteiro e direção de conteúdo de Célio Albuquerque, organizador do livro coletivo “1973 – O ano que reinventou a MPB”. A recepção da série, lá em 2018, coincidiu com o segundo turno das eleições presidenciais. “Havia uma efervescência política”, diz Albuquerque. Por não ser uma produção sob demanda, a exibição nas plataformas de streaming se torna inviável e “esta é a oportunidade das pessoas assistirem”.
Após o lançamento do livro, Célio passou a receber comentários sobre a possibilidade da história render em outros meios. A partir daí, surgiu a ideia de realizar um documentário, que acabou se tornando a série de 2018 do Canal Brasil. O programa convida músicos, como Fagner, Ednardo, Odair José e Tom Zé, além de pesquisadores e jornalistas, como Silvio Essinger, Paulo César de Araújo e Renato Terra, para relembrar e analisar a música brasileira em 1973. Do Ceará, tanto no livro quanto na série, participam Mona Gadelha, cantora, compositora, jornalista e produtora, e Marcos Sampaio, jornalista e crítico de música do O POVO.
Censura do regime militar, ascensão do samba, rock brasileiro, capas de discos, produção fora do eixo Rio-São Paulo e renovação da bossa nova são alguns dos temas abordados na série. “O ano de 1973 tem uma personalidade diferente. Ele veio imediatamente após a era dos festivais, quando achavam que a música brasileira estava morrendo, estava num hiato. Na verdade, ela estava fervilhante. Para a série, percorremos cinco estados, tivemos mais de 50 entrevistados. As pessoas estão, ali, contando suas histórias e é muito interessante ouvir Tom Zé, Zuza Homem de Mello, Menescal. Ouvir tanto de pessoas que viveram quanto daqueles que estudaram esse momento”, diz Célio.
Os anos 1970 marcaram uma revolução na música brasileira pela mistura de estilos, ritmos, ideias e sonoridades. Os discos daquela época viraram clássicos, e muito disso se deu pela tensão nos limites dos rótulos na música. Não se sabia mais o que era rock, MPB, jazz, samba, nacional ou internacional. Segundo Marcos Sampaio, essa conjuntura rendeu discos históricos, como as estreias de Fagner e Luiz Melodia, e outros de Novos Baianos, Tom Zé e Sérgio Sampaio. Em especial, “Índia”, de Gal Costa, sobre o qual escreveu no livro “1973 – O ano que reinventou a MPB”.
Secos & Molhados, por exemplo, construía uma música que, ao mesmo tempo, era rock, pop e poesia. O grupo quebrava paradigmas estéticos, sobre postura de palco e modos de ser em meio à censura. Para Marcos, as obras destes tempos ganham importância histórica por contrapor “um período político equivocado, com regras de comportamento, postura e pensamentos que em nada está de acordo com o que chamamos de liberdade. Além de trazerem a mistura sonora, são discos que combatiam, por meio da arte, uma ditadura careta e obtusa que em nada contribuiu para o Brasil, sob qualquer aspecto”.
Confira entrevista de Célio Albuquerque sobre o livro "1973: O ano que reinventou a MPB" para o Canal Curta!
“MPB 73 – O Ano da Reinvenção” (2018)
Classificação: Livre
Maratona 6 de Setembro – às 7 horas
Episódio 1 – 7 horas – Anos com personalidade
Episódio 2 – 7h24min – Festivais e além dos festivais
Episódio 3 – 7h50min - Censura
Episódio – 8h16min – Malditos e benditos
Episódio 5 – 8h42min – Artistas populares
Episódio 6 – 9h04min – Além da Bossa Nova
Episódio 7 – 9h29min – Estréias de LPs em 73
Maratona 13 de Setembro – às 7 horas
Episódio 8 – 7 horas - Samba
Episódio 9 – 7h25min - Rock
Episódio 10 – 7h48min – O Brasil e sua imensidão musical
Episódio 11 – 8h12min - Mulheres
Episódio 12 – 8h39min – Capas de LPs
Episódio 13 – 9h02min – Além de 1973
Serviço
Reexibição da série “MPB 73 – O Ano da Reinvenção” (2018)
Quando: Maratona dividida entre os dias 6 e 13 de setembro, às 7 horas
Onde: Canal Brasil
Classificação indicativa: Livre